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Trânsito difícil em Santos, Guarujá e Cubatão em função da safra de grãos escoada pelo Porto; desgaste público em função do aumento nas tarifas de transporte e epidemia de dengue. Todos esses problemas, enfrentados nos primeiros 100 dias dos governos municipais, já eram esperados pelos prefeitos da Região.
Porém, alguns contratempos inesperados e outros ocorridos até por inabilidade política e administrativa causaram desgaste neste início de 2013 e ainda devem tirar o sono de pelo menos cinco dos nove prefeitos da Região Metropolitana da Baixada Santista.
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Nesta lista, por exemplo, nomes como: Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-Santos) e Luís Cláudio Bili (PP-São Vicente) que afirmam terem herdado muitos problemas de seus antecessores.
O tucano Paulo Alexandre Barbosa, após um Carnaval difícil em função da morte de quatro pessoas na área de dispersão da Passarela do Samba Dráusio da Cruz, durante o desfile do grupo especial das escolas de samba, ainda teve que anunciar à população santista o adiamento da entrega do Hospital dos Estivadores, marcada para dezembro de 2015.
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Paulo Alexandre teve que lidar também com uma greve de 24 horas do funcionalismo (fato que não ocorria há 18 anos na Cidade), que resultou em um abono de 8%, que deverá ser incorporado aos salários em dezembro próximo. Além disso, se deparou com a interdição do Teatro Coliseu por falta de segurança, que irá consumir mais de R$ 2 milhões em um ano de obras.
Ainda sobre Barbosa recaiu a falta do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) em prédios públicos — teatros, Aquário Municipal e outros — e o péssimo estado de conservação dos 257 equipamentos públicos — ¼ precisando de intervenções imediatas.
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São Vicente
Depois de contornar uma greve do funcionalismo, principalmente dos ligados à área da Saúde e Educação, e dos coletores de lixo, obrigando- o a decretar estado de calamidade pública em função da ineficiência dos serviços de coleta, transporte e destino do lixo domiciliar, o prefeito Luís Cláudio Bili se viu diante de um verdadeiro impasse também em relação ao Carnaval.
Por falta de dinheiro, as festividades carnavalescas tiveram que ser canceladas. São Vicente foi a única a adotar tal medida e teve que conseguir na Justiça a autorização do desfile do Bloco Ba-Baianas Sem Tabuleiro — responsável pelo movimento de mais de 90 mil foliões.
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Com uma dívida estimada em R$ 893 milhões, dificuldades para obter a Certidão Negativa de Débitos (que impossibilita o município de obter liberação de verbas estaduais e federais) e com uma série de contratos ameaçados de rompimento — o que acarretaria a suspensão de diversas obras na Cidade — Bili ainda teve que assumir, interinamente, a Secretaria de Saúde, após se deparar com o sucateamento de várias unidades.
Semana passada, o prefeito vicentino ainda sofreu pedido de cassação, protocolado na Câmara pelo advogado e presidente da OAB de São Vicente, Daniel da Silva Oliveira. “A cidade foi devastada. Este ano, ainda não dá para esperar muito da nossa gestão”, disse, em coletiva, na última quinta-feira (11).
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Cubatão
Depois de uma eleição conturbada, sob a acusação da oposição de ter utilizado indevidamente um veículo de comunicação em campanha e entregue notebooks com slogan da sua administração — fato que está sendo discutido na esfera judicial — a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa (PT), no início de seu segundo mandato, teve que controlar a opinião pública em função da suspensão das bolsas de estudos e transporte dos universitários, há anos concedido pelo Município e defendido por ela com “unhas e dentes” enquanto vereadora.
Apesar de garantir que sua administração não estaria passando por uma crise financeira, Márcia Rosa também conseguiu arrastar de seu primeiro mandato a insatisfação de alguns fornecedores e prestadores de serviços. Um deles é a Pro-Saúde, que gerenciava o Hospital Municipal, cujo contrato foi recentemente rompido por falta de repasses por parte da Administração e vem também sendo questionado na Justiça.
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A petista também vem tendo problemas com relação à população carente de sua Cidade. Após as fortes chuvas que ocorreram nos dias 22 de fevereiro e 17 de março, a Cidade contabilizou mais de 200 desabrigados, oriundos de Pilões e Água Fria. Até hoje, eles estão abrigados no Centro Esportivo Castelão e o outro na Associação Cubatense em Defesa das Pessoas Deficientes.
Marcia Rosa ainda sofreu desgaste político. No início do ano, a prefeita perdeu a eleição do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), para a prefeita de Peruíbe, Ana Preto. Marcia Rosa só havia comparecido em 11 das 42 reuniões ordinárias realizadas entre 2009 e 2012.
Além disso, perdeu a confiança do vereador e exsecretário municipal Adeildo Heliodoro, o Dinho, de seu próprio partido, que discorda de acordos políticos e de como Marcia Rosa vem conduzindo Cubatão, principalmente com relação à suspensão dos benefícios aos universitários.
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Guarujá
Os 100 primeiros dias do segundo mandato da prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB) também não foram fáceis e renderam espaço na mídia. A prefeita, além de ter que enfrentar problemas com o trânsito nos acessos e dentro da Cidade de Guarujá, devido ao escoamento da safra de grãos no Porto, ainda teve que driblar uma situação constrangedora diante da opinião pública.
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Maria Antonieta teria promovido seu marido, Flávio Lopes da Silva, que era guarda municipal concursado, ao cargo de Ouvidor da Procuradoria Geral da Cidade. Ela justificou depois, por meio de nota, que não havia percebido o ocorrido. A Prefeitura informou que a nomeação foi imediatamente revogada depois que a prefeita tomou conhecimento do caso.
Antonieta também pede a apuração de questões surgidas dentro da Procuradoria do Município. Procuradores da Cidade são investigados por supostos crimes de peculato, falsidade ideológica e prevaricação. O caso pode culminar na demissão de alguns procuradores.
Praia Grande
Em seu quarto mandato como prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB) passou os últimos meses tentando driblar a Câmara e impedir a abertura de uma comissão processante, com objetivo de cassá-lo.
No final de março, cinco munícipes formalizaram denúncia na Casa contra o chefe do Executivo. Mourão é alvo do Ministério Público por suposta participação em esquema fraudulento na negociação de terreno de 1,3 milhão de m², no Parque Estadual Sítio Momboatuba, ocorrida em 2006.
De autoria do promotor de Justiça Cássio Conserino, a denúncia também já havia sido encaminhada à Procuradoria Geral de Justiça, que ainda não se manifestou se acolhe ou não a denúncia do MP. A fraude seria de R$ 9 milhões. O prefeito de Praia Grande também sofreu desgaste com relação ao transporte público. No início do mês, moradores fizeram um manifesto contra o aumento do preço da passagem de ônibus, na cidade — de R$ 2,90 para R$ 3,20.
Os usuários do transporte coletivo fizeram uma passeata na Avenida Costa e Silva. A Prefeitura pretende fazer um estudo de origem e destino das viagens para avaliar a qualidade do serviço prestado, possibilitando à empresa rever o valor das tarifas de algumas linhas da Cidade.