Cotidiano

Pressão popular leva Tarcísio a reduzir pedágios automáticos nas rodovias de SP

O objetivo, segundo o governo, é garantir a justiça tarifária e evitar que motoristas que circulam apenas dentro de seus municípios paguem pedágio

Ana Clara Durazzo

Publicado em 20/10/2025 às 10:00

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Desde que começou a ser implantado, o modelo 'free flow' tem gerado forte desgaste político para o governo paulista. / Nair Bueno/DL

Continua depois da publicidade

Depois de enfrentar protestos de moradores e críticas até de aliados, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu reduzir o número de pedágios do sistema 'free flow' — modelo de cobrança automática por pórticos — nas rodovias paulistas. Em duas concessões recentes, o Lote Sorocabana e o Novo Litoral, oito pórticos foram retirados do projeto inicial.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Além disso, o governador determinou a mudança de local de um pórtico instalado em área urbana de Cotia, na Grande São Paulo, atendendo às manifestações de moradores que protestavam contra a cobrança dentro do perímetro urbano.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Moradores de Santos já podem solicitar isenção do pedágio free flow na Rio-Santos

• Manuel da Nóbrega: Governo recua e elimina dois pórticos de pedágio no Vale do Ribeira

• Litoral paulista terá 12 novos pedágios no sistema free flow; veja as localizações

Governo fala em 'justiça tarifária' e ajustes técnicos

Em nota, a Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo afirmou que as alterações seguem critérios técnicos da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). O objetivo, segundo o governo, é garantir a justiça tarifária e evitar que motoristas que circulam apenas dentro de seus municípios paguem pedágio.

'As mudanças preservam os investimentos e as obras previstas em contrato, mantendo a qualidade e a segurança das rodovias', informou a pasta.

Continua depois da publicidade

Ainda segundo o governo, os trechos de cobertura dos pedágios retirados ou ajustados serão redistribuídos dentro da própria concessão, conforme normas do Tribunal de Contas do Estado (TCE), de modo a manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.

'As isenções são aplicadas apenas em situações específicas, como locais em que o pórtico separaria bairros de uma mesma cidade', complementou a nota.

Sistema em meio a polêmica

Desde que começou a ser implantado, o modelo 'free flow', que elimina as praças físicas e cobra automaticamente o valor proporcional ao trecho percorrido, tem gerado forte desgaste político para o governo paulista.

Continua depois da publicidade

A oposição e parte da própria base aliada consideram o sistema impopular e criticam o peso das tarifas no bolso dos motoristas, principalmente moradores de cidades que abrigam os pórticos de cobrança.

'O sistema é injusto com quem usa as vias curtas e precisa se deslocar dentro do próprio município', afirmam parlamentares da região metropolitana e do interior.

O Palácio dos Bandeirantes já vê o tema como um potencial foco de desgaste eleitoral, especialmente em municípios litorâneos e do interior, onde há maior concentração de pórticos previstos.

Continua depois da publicidade

Argumentos do governo

Apesar das críticas, o governo estadual defende o modelo e afirma que ele representa um avanço tecnológico e logístico no sistema viário paulista.

Segundo a Artesp, as cobranças só são autorizadas após a conclusão dos investimentos previstos em contrato pelas concessionárias. O governo também argumenta que o novo formato melhora a fluidez do trânsito, reduz congestionamentos e torna a cobrança mais justa, já que o motorista paga apenas pelo trecho percorrido.

Com o recuo, o Estado deve ajustar os planos de implantação dos pedágios automáticos até 2026, quando todos os novos contratos de concessão estarão em vigor. A expectativa é de que os debates sobre o modelo continuem tanto na esfera política quanto entre os usuários das rodovias paulistas.

Continua depois da publicidade

 

 

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software