Serão instalados diversos pedágios nas rodovias da Baixada Santista / Márcio Ribeiro/DL
Continua depois da publicidade
Enquanto o deputado estadual Caio França (PSB) lidera um movimento regional contra a instalação de pedágios nas rodovias da Baixada Santista, com apoio de cerca de 55 vereadores, os prefeitos da região ainda se dividem. Alguns são totalmente contrários, outros dizem estar apenas atentos à iniciativa do Governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ainda há uma parte que sequer opina.
Dos que alegam estar apenas acompanhando está o prefeito de Santos, Rogério Santos, do partido do governador, que afirma “que atua para evitar que os moradores sejam afetados por eventual cobrança” e o de Cubatão, César Nascimento (PSD), que por conta do Município ser o único cortado por todas as rodovias que integram o Sistema Anchieta-Imigrantes, entende que melhorar a viabilidade urbana é fundamental.
Continua depois da publicidade
“Temos certeza de que o Governo do Estado encontrará a melhor solução para os moradores locais, turistas e trabalhadores que utilizam o sistema viário local diariamente”.
Também acompanha o de Bertioga, Marcelo Vilares (União). “A concessão já é uma realidade. Estamos buscando alternativas junto à concessionária para que não haja impacto financeiro para moradores, estudantes e trabalhadores da cidade que fazem uso diário da Rodovia Rio-Santos”.
Continua depois da publicidade
Vilares finaliza dizendo que, tendo em vista a precariedade desta rodovia, que lamentavelmente ficou conhecida como “rodovia da morte”, irá acompanhar de perto para garantir que os investimentos previstos na concessão sejam realizados, melhorando a mobilidade, reforçando a segurança e salvando vidas.
O prefeito de Guarujá, Farid Madi (Podemos), afirma que “as novas praças de pedágio evidentemente irão prejudicar o turismo e encarecer a logística da região. Mas o governador é um homem de diálogo, tenho certeza que irá se sensibilizar e rever essa quantidade de novos pedágios em tempo para que não afetem o dia a dia e principalmente a temporada de verão”.
Veja também como votaram para governador os moradores das cidades que vão pagar novos pedágios. E mais: 'Pedágios isolam cidades do litoral e agravam desigualdades', dizem vereadores.
Continua depois da publicidade
O prefeito Alberto Mourão (MDB) diz que sempre se posicionou contra por entender que essa medida impacta negativamente a vida dos moradores, dos veranistas e da economia regional. Esse posicionamento não é recente: ao longo dos anos, o prefeito já se manifestou alertando sobre os prejuízos da proposta para a mobilidade e o desenvolvimento da região.
Para Mourão, a preocupação central sempre foi e continua sendo com a população local, que utiliza diariamente as rodovias para trabalhar, estudar ou acessar serviços em cidades vizinhas. Ele acredita que a imposição de tarifas nesses deslocamentos compromete a dinâmica regional, encarece a vida do cidadão e cria barreiras artificiais entre municípios interdependentes.
“Uma das coisas que sempre me preocupou — e continua me preocupando — é a circulação da atividade econômica, não só da população, mas também dos meios de produção regional. Um produto, para circular dentro da Baixada, acaba sendo onerado pelo excesso de pedágios. Essa é uma luta antiga, desde a época do governo Geraldo Alckmin, quando atuei por solução do pedágio em São Vicente, que já era um valor alto”.
Continua depois da publicidade
Também preocupa a garantia de quais obras e se permitirão um fluxo adequado de trânsito nas cidades, sem impactar negativamente as atividades econômicas que precisam circular livremente entre os municípios. “Não podemos permitir que a mobilidade local seja comprometida. Por isso, tenho mantido diálogo direto com o Estado ao longo dos últimos meses”.
Ainda segundo Mourão, uma das alternativas seria o Estado negociar a isenção das tarifas para moradores regionais e transporte de cargas, como forma de mitigar os impactos sociais e econômicos.
Também salienta que “o tema deveria ter sido debatido durante as reuniões de audiência publicada e concorrência, mas agora, resta tentar mitigar o menor custo e dano à população e economia local”, lamentou.
Continua depois da publicidade
Ciente de que a decisão do Estado de instalar os pórticos já foi anunciada, o prefeito tem atuado de forma propositiva, cobrando diretamente melhorias logísticas essenciais — como a construção de marginais, viadutos e acessos adequados — para evitar novos gargalos no trânsito e mitigar os impactos para a população e para o desenvolvimento da Baixada.
A prefeita de Mongaguá, Cristina Wiazowski (PP) também é contra a instalação de pedágios na rodovia Padre Manoel da Nóbrega “até que seja bem definido um plano de acesso pelas marginais e as ligações entre lado morro e lado praia, com instalações de passagens e viadutos para que o morador não seja penalizado”.
O prefeito de Itanhaém Tiago Cervantes (PRTB/PSDB) reafirma sua posição contrária e vê com naturalidade a mobilização de parlamentares da região.
Continua depois da publicidade
Mesmo mantendo posição contrária à cobrança, Cervantes preservou o diálogo institucional, o que garantiu alterações relevantes no projeto: implantação de infraestrutura nas marginais da rodovia em toda a extensão urbana, seis novas passagens de desnível, que melhoram o acesso entre bairros separados pela SP-055.
“Além da exclusão de um pórtico previsto nas proximidades da ponte sobre o Rio Itanhaém, cuja instalação impactaria diretamente o deslocamento entre as extremidades da cidade, bem como o tráfego interno”, finaliza.
Os prefeitos de São Vicente, Kayo Amado (Podemos) e de Peruíbe, Felipe Bernardo (PSD) não enviaram suas posições até a publicação desta matéria.
Continua depois da publicidade