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Os prefeitos da região metropolitana de São Paulo, inclusive o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), não foram informados que o governo do Estado iria formalizar nesta quarta-feira a criação do Comitê de Crise Hídrica. A criação do comitê foi um pedido que partiu dos próprios prefeitos, em reunião com o secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, na semana passada.
"Não sei até que ponto o governo do Estado quer mesmo fazer valer essa relação com os prefeitos", reclamou o prefeito de Mauá, no Grande ABC, Donisete Braga (PT). "Não tem por que o governo do Estado continuar estabelecendo essa relação separatista", afirmou.
O assessor de recursos hídricos da prefeitura de Embu das Artes, João Ramos, também se disse "perplexo" com a falta de comunicação do governo estadual, justamente porque os prefeitos fizeram a reunião da semana passada para pedir mais transparência e integração dos governos na condução da crise hídrica. "O fato é que o jogo não foi combinado, nenhum prefeito foi informado da publicação desse decreto. O secretário havia dito que faria a minuta para o comitê de crise e que submeteria aos prefeitos antes de publicar", disse Ramos à reportagem.
Ramos disse ainda que recomendará ao prefeito, também petista, Chico Britto, que repudie o decreto que formaliza o comitê e que contate assim que possível Haddad para que ele faça uma reclamação formal com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). "É muita falta de consideração. Os prefeitos não são criancinhas que não sabem o que querem. A bomba vai estourar no colo dos prefeitos e o governo faz essa coisa pró-forma."
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As prefeituras também estranharam o fato de a Sabesp não ter sido incluída no comitê. Desde a reunião, o secretário Benedito Braga se colocou como representante da companhia de abastecimento, já que ela está subordinada à secretaria, mas os prefeitos pediam a participação da Sabesp para poder ter acesso a dados técnicos.
Além de Mauá e Embu das Artes, as prefeituras de São Bernardo do Campo e de Guarulhos também confirmaram que não sabiam do decreto publicado hoje anunciando o comitê. A Prefeitura de São Paulo preferiu não comentar oficialmente, mas confirmou que a gestão Haddad não foi previamente informada da formalização do comitê na data de hoje.
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A assessoria de imprensa da secretaria estadual de Recursos Hídricos informou à reportagem que o decreto é apenas uma formalidade que responde à demanda dos prefeitos feita na semana passada e que Benedito Braga já havia deixado claro na reunião que o pedido seria atendido. A assessoria da secretaria reforçou que a Sabesp é subordinada à pasta e que não participa do comitê pois o comitê é um grupo composto apenas por agentes públicos.