O prédio do atual PS da Zona Leste não tem gerador de emergência / Rodrigo Montaldi/DL
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O pronto socorro provisório da Zona Leste (Avenida Afonso Pena, 386, no Bairro do Macuco), em Santos, não tem gerador de emergência. Isso pode significar até risco de morte a dezenas de pessoas que procuram o equipamento de saúde diariamente, pois as máquinas que mantém os aparelhos funcionando param em caso de queda ou rompimento de energia. Um relatório será enviado ao Ministério Público (MP) esta semana, por membros do Conselho Municipal de Saúde que, no próximo dia 28, vão expor a situação em plenária do órgão.
A situação grave foi confirmada pelos próprios funcionários, em uma audiência pública, realizada pela Comissão de Saúde da Câmara, na Paróquia da Igreja Aparecida, em que estiveram presentes os vereadores Fabrício Cardoso (PSB); Telma de Souza (PT); Audrey Kleys (PP), Benedito Furtado (PSB) e Rui de Rosis (PMDB), que presidiu o encontro, em que não houve encaminhamento para solucionar o problema.
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Os conselheiros Josias Aparecido Pereira da Silva e Silas da Silva, acompanhados do presidente do Sindicato dos Servidores Estatutários de Santos (Sindest), Fábio Pimentel, ficaram ainda mais indignados quando o secretário de Saúde, Fábio Ferraz (presente na audiência), disse ter conhecimento da questão. “Ele (Ferraz) reconheceu o grave problema, o risco causado, mas não demonstrou que a Prefeitura vai resolver a questão. Não deu sequer prazo para adquirir o equipamento e nem uma alterativa para minimizar o risco”, afirma Josias Pereira.
O conselheiro completa: “ficamos revoltados com a falta de responsabilidade. Estamos falando de vidas. Se uma ou mais pessoas, por exemplo, estiverem entubadas e faltar energia no bairro, os funcionários têm que manter os pacientes vivos manualmente. Um risco absurdo e intolerável que já perdura 18 meses (tempo da unidade provisória)”.
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Junto com Silas da Silva e outro conselheiro, Josias Pereira fez uma vistoria após a audiência e teve outra surpresa não menos surpreendente: um tambor grande de oxigênio e sua tubulação fica sem proteção do lado de fora. “Há um sério risco de explosão e incêndio, expondo não só os pacientes, como os todos os 150 funcionários que trabalham em regime de turno. Nos deparamos com uma bicicleta amarrada na tubulação. Outro absurdo”, completa o conselheiro indignado.
Silas da Silva vai além: “não podemos permitir que isso continue. Por isso, vamos denunciar ao Ministério Público, pois o Conselho não pode ser conivente com essa situação”. Fábio Pimentel também vai acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT). “Os funcionários não podem continuar convivendo nessa pressão psicológica e em condições insalubres”, adianta.
Os conselheiros ainda detectaram outros problemas no Pronto Socorro, como falta de material de emergência (seringas, agulhas e outros), de medicamentos, falta de separação de leitos masculinos e femininos e macas no lugar de camas. “A previsão de entrega da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Zona Leste é de 30 meses. Até lá, os funcionários e pacientes vão continuar correndo risco?”, finaliza Josias Pereira.
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Prefeitura
Procurada pela reportagem do Diário, a Prefeitura de Santos informou que a unidade possui equipamentos de suporte à vida (respiradores, monitores multiparâmetros, bomba de infusão endovenosa de medicamentos) com autonomia de bateria de até 6 horas, não havendo risco a pacientes mais graves. A unidade é também abastecida por luzes de emergência, de forma que todos os atendimentos podem continuar normalmente em caso de queda de energia.
Os pacientes da região da orla atendidos pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) são transportados para Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Central ou para o Hospital de Pequeno Porte (HPP), antigo Pronto Socorro Central.
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