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Cotidiano

Prazo para defesa da Prefeitura sobre obras da Ponta da praia termina amanhã

Administração Municipal tem que apresentar defesa na ação civil do Ministério Público

Carlos Ratton

Publicado em 24/04/2019 às 07:20

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Prefeitura de Santos tem até amanhã para apresentar à Justiça sua defesa na ação civil pública / Nair Bueno/DL

A Prefeitura de Santos tem até amanhã para apresentar à Justiça sua defesa na ação civil pública, com pedido liminar (decisão antecipada e provisória), movida pelo Ministério Público (MP), para anular os termos de compromisso entre a Prefeitura e o Grupo Mendes, que viabilizam o Projeto da Nova Ponta da Praia, cujas obras estão em pleno andamento. Caso a Justiça conceda a liminar, as obras serão suspensas e o viário reposto em 30 dias, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

"Os termos de compromisso e as condições neles consignadas foram elaborados com fundamento nos artigos do Plano Diretor e Lei de Uso e Ocupação do Solo, que padecem de vícios de constitucionalidade e ilegalidade", afirmam, na ação, os promotores e Eduardo Antonio Taves Romero e Adriano Andrade de Souza que, ao Diário, confirmou o prazo, mas acredita que ele pode ser delatado um pouco em função dos trâmites do Judiciário.

O MP revela que há inúmeras supostas irregularidades envolvendo o processo que gerou o Projeto. Além de não responder aos questionamentos do inquérito aberto pelo MP, há problemas relacionados à outorga onerosa que geraram as obras. Há ainda ausência do decurso de prazo para consulta pública e aprovação do EIV pela Comaiv; violação de artigos do Estatuto da Cidade e do Plano Diretor do Município.

Também alega ofensa aos princípios da transparência e controle social (consulta à população sobre a destinação das contrapartidas e na definição do plano urbanístico da Ponta da Praia); imprecisões e ofensa aos princípios da igualdade e livre concorrência e até indícios de violação ao princípio da impessoalidade, visando beneficiar grandes grupos econômicos, dentre eles o Grupo Mendes.

Além de anular os termos e suspender as obras, a liminar prevê outras ações, como a suspensão das contrapartidas, a implantação de medidas necessárias à mitigação e, se possível, eliminação dos impactos de vizinhança gerados pelas contrapartidas. Adriano Souza e Eduardo Romero impõe à ação o valor de R$ 120 milhões.

Na Câmara, relatório sobre a questão aponta que vereadores não tiveram acesso ao cronograma de obras, ao planejamento para as intervenções realizadas no trecho próximo das balsas e outras informações. A Desenvolvimento Rodoviário S/A, responsável pelo sistema de travessia das balsas entre Santos e Guarujá, já informou que não sabia e nem autorizou a realização de obras na área do bolsão que permite acesso ao transporte, que gera o tráfego de mais de 22 mil veículos por dia.

Obras

Os serviços incluem mudança de posição do canteiro central, alargamento do calçadão e construção da nova ciclovia junto à linha d'àgua, a partir do trecho do cruzamento da Rua Afonso Celso de Paula Lima com Avenida Saldanha da Gama. As construções do novo Mercado de Peixes e do Centro de Atividades Turísticas (CAT) somente terão início após a conclusão do EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança).

As melhorias no sistema viário são relativas à compensação determinada ao grupo Mendes, conforme a Lei de Uso e Ocupação do Solo, pela construção de empreendimentos imobiliários em terrenos atrás dos clubes Saldanha, Vasco da Gama e Regatas (o chamado Núcleo de Intervenções e Diretrizes Estratégicas - Nide 6 clubes) e mudanças viárias.

Prefeitura

A Administração já se manifestou garantindo a regularidade do Projeto e informou que manteve diálogo com a Dersa, atuando na busca de soluções e melhorias para o sistema de operação no acesso às balsas, bem como no planejamento e execução de todas obras e melhorias para resolver os gargalos que afetam o funcionamento dos serviços de travessia. Revela ainda que diversas reuniões para realizar os ajustes solicitados e definir, conjuntamente, o cronograma de obras viárias.

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