Mesmo achando que não havia mais esperanças, surfista recuperou sua prancha após meses / Freepik
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O que parecia apenas uma prancha perdida virou uma aventura épica pelo oceano, e um reencontro inesperado graças ao poder das redes sociais.
A prancha, que desapareceu na Tasmânia em 2024, apareceu na Nova Zelândia coberta de cracas (animais invertebrados com exoesqueleto, como escorpiões, aranhas e siris), e cheia de histórias para contar.
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A história começa quando o francês Albarito Bueno praticava kitesurf na costa oeste da Ilha Norte da Nova Zelândia. Durante a sessão, sua pipa ficou presa na água, obrigando-o a remar até a praia.
Foi nesse momento que algo incomum chamou sua atenção: uma prancha amarelada e parcialmente coberta por cracas brilhava entre as dunas. Curioso, ele abandonou seu equipamento na água e foi conferir. Ao vê-la de perto, percebeu que não se tratava de uma prancha comum, era uma peça artesanal, moldada para ondas grandes.
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A descoberta surpreendeu até outros surfistas locais. “Parecia que aquela prancha tinha vivido uma aventura inacreditável”, contou Bueno à revista Galileu. Ele levou o achado para casa, mas só depois de alguns dias, e incentivado pelo forte cheiro de moluscos, decidiu limpá-la e tentar encontrar o dono.
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Determinando a resolver o mistério, Bueno publicou fotos em grupos de surfistas na Austrália e na África do Sul. O post viralizou rapidamente, com surfistas do mundo inteiro comentando e compartilhando a história.
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Horas depois, um usuário identificou a prancha: ela pertencia a Liam, surfista que havia perdido o equipamento durante um passeio de barco na costa da Tasmânia, em maio de 2024. A prancha caiu no mar junto com sua bolsa e corda, acessórios que podem ter contribuído para sua preservação durante a longa jornada.
A distância percorrida impressionou. Especialistas explicam que correntes oceânicas poderosas, como a Corrente da Austrália Oriental, provavelmente foram responsáveis pelo trajeto. Há até quem considere a possibilidade, ainda que remota, de que a prancha tenha circulado pela Corrente Circumpolar Antártica, um “rio” oceânico que dá a volta no planeta.
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Depois da enorme mobilização virtual, o final não poderia ser mais simbólico: a prancha foi entregue à família de Liam, que estava na Nova Zelândia para um casamento. Agora, ela segue viagem, desta vez, de avião, para retornar definitivamente ao surfe australiano.
Para Bueno, a coincidência virou reflexão. No mesmo dia em que perdeu sua pipa, encontrou a prancha de outro surfista. “Talvez houvesse um motivo para isso acontecer”, disse ele.
O canal da BBC Brasil conta outra história de prancha perdida que foi localizada. Assista abaixo:
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