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Cotidiano

Praias lotadas aumentam risco de coronavírus e conjuntivite

Aglomeração é o principal gatilho da multiplicação das duas infecções. Entenda.

Da Reportagem

Publicado em 21/12/2020 às 18:00

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Mesmo com o aumento dos casos de covid-19 no Brasil as praias estão lotadas e a aglomeração pode ser ainda maior no Natal e passagem de ano / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL

Mesmo com o aumento dos casos de Covid-19 no Brasil as praias estão lotadas e a aglomeração pode ser ainda maior no Natal e passagem de ano. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, estudos mostram que o olho e uma das portas de entrada da covid-19. "Isso porque, o canal lacrimal conecta o olho ao nariz e, portanto, ao sistema respiratório", explica.

Ao contrário do que muitos imaginam, o oftalmologista diz que a água do mar não transmite a Covid-19. As aglomerações, ressalta, são a principal via de transmissão. "Isso porque, no contato próximo uma pessoa contaminada elimina nos espirros e tosse partículas do SARS-COV-2, vírus da covid-19 que penetram na boca, nariz ou olhos de pessoas sadias", explica. Outra forma de contaminação é tocar superfícies de uso comum contaminadas pelo coronavírus, como a mesa de um restaurante, balcão, bola, carrinho de supermercado ou outras e depois levar as mãos à boca, nariz ou olhos. É por isso que a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel deve ser feita várias vezes ao dia.

"Enquanto não temos acesso à vacinação, na praia continua obrigatório o uso de máscara e óculos com filtro UV (ultravioleta) para barrar o coronavírus e a radiação do sol" ressalta. O problema é que muitas pessoas estão deixando a proteção de lado. Por isso, o médico teme que os casos de covid-19 possam multiplicar ainda mais neste final de ano.

Conjuntivite

Queiroz Neto afirma que a doença mais frequente no verão é a conjuntivite. Olhos vermelhos, coceira, lacrimejamento, sensação de corpo estranho, ardência, fotofobia, visão embaçada e secreção nos olhos são os sintomas. A secreção varia conforme o tipo de conjuntivite: viral, bacteriana e alérgica.

Viral

O oftalmologista afirma que é o tipo mais comum de conjuntivite. Altamente contagiosa requer afastamento do trabalho por até duas semanas. Caracterizada por uma secreção viscosa e transparente, tem nas aglomerações e contato das mãos com superfícies contaminadas os maiores fatores de risco. Para reduzir o desconforto nos olhos a dica do médico é usar óculos escuros que também ajudam a diminuir a proliferação do vírus, tomar bastante água e aplicar compressas frias ao primeiro desconforto. Não desaparecendo em dois dias é necessário consultar um oftalmologista. O tratamento é sempre feito com colírio anti-inflamatório que só deve ser usado sob prescrição e acompanhamento médico. Isso porque, algumas fórmulas contêm corticoide que requer regressão da dosagem antes da interrupção do uso para não causar efeito rebote. Outro risco da automedicação é usar por períodos longos. Isso porqu,e pode provocar glaucoma ou catarata.   O oftalmologista ressalta que em alguns casos é necessária a aplicação de laser para retirar da superfície do olho uma membrana formada pelo vírus que compromete a qualidade da visão.

Bacteriana

É caracterizada por uma secreção amarelada e purulenta. Uma causa frequente no verão, comenta, é o contato do olho com água contaminada de piscina, praia ou jacuzzis. Neste caso Queiroz Neto recomenda o uso de óculos de natação para interromper a contaminação.  O médico ressalta que outra causa frequente deste tipo de conjuntivite é a maquiagem vencida. "Alteração na cor, cheiro ou consistência sinalizam que produto estragou e deve ser jogado no lixo mesmo quando a embalagem indica estar dentro prazo de validade", afirma.  Isso acontece, explica, quando -é armazenada no banheiro que concentra grande quantidade de bactérias ou é compartilhada com amigas. "Cada pessoa tem uma flora bacteriana na pele. Por isso, a maquiagem não pode ser compartilhada", afirma.  Outra dica do médico é remover toda noite a maquiagem, lavar esponjas e pinceis após o uso para evitar contaminação. O tratamento da conjuntivite bacteriana é feito com colírio antibiótico que só pode ser adquirido com receita médica.

Alérgica

A conjuntivite alérgica ou tóxica é caracterizada por coceira ou ardência mais intensa nos olhos e tem uma secreção aquosa.  No verão, Queiroz Neto diz  que o excesso de filtro solar ao redor dos olhos responde por 46% dos casos. Isso porque nos banhos de sol o suor facilita a penetração do produto nos olhos. A dica do médico é verificar se a fórmula contém óxido de zinco e dióxido de titânio, comuns em produtos infantis. Isso porque, estes dois componentes garantem neutralidade ao PH e por isso reduzem a chance de surgir a conjuntivite tóxica. Quando qualquer produto penetra nos olhos recomenda lavar abundantemente e fazer compressas frias. Caso o desconforto não desapareça é necessário consultar um oftalmologista. Neste caso, o tratamento é feito com colírio antialérgico.

Prevenção

As principais recomendações do médico para prevenir a covid-19 e a conjuntivite são:
- Lavar as mãos com água e sabão frequentemente
- Usar máscara e óculos nas atividades externas
- Não levar as mãos aos olhos e à boca.
- Evitar aglomerações em locais fechados
- Fazer compressas frias se a secreção for aquosa ou viscosa e morna se for purulenta.
- Não compartilhar óculos, maquiagem, colírio, descongestionante nasal. talheres, toalhas e fronhas.
- Evitar excesso de filtro solar e cosméticos na região dos olhos
- Descartar maquiagem com alteração na cor, cheiro ou consistência
- Manter os locais arejados
- Tampar a boca com lenço descartável para tossir ou espirrar.
- Beber bastante água.
 

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