Em Guarujá, foi identificado lançamento de esgoto na Praia do Perequê / Rubens Chaves/Folhapress
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*Com informações de Folhapress
Uma grande ação de fiscalização revelou problemas sérios em balneários de cidades do litoral paulista, com destaque para o descarte irregular de esgoto, lixo acumulado e ocupações indevidas. Realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), a operação inspecionou 112 municípios no estado no último dia 19 de maio.
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No total, foram avaliadas 74 praias e 116 áreas de rios, com foco na balneabilidade e no saneamento básico.
As análises indicaram que muitos pontos visitados apresentavam comprometimento ambiental.
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Entre os principais problemas observados estavam o lançamento de efluentes não tratados diretamente nos corpos hídricos, presença de espuma causada por poluentes, lixo espalhado nos bancos de areia e até restos de móveis e eletrodomésticos descartados de forma inadequada.
No litoral sul, a situação foi especialmente crítica em cidades como Guarujá, Mongaguá, Praia Grande e Ilhabela.
Em Guarujá, foi identificado lançamento de esgoto na Praia do Perequê. A praia inclusive foi considerada a mais poluída do estado.
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No último ano, um estudo realizado pela Unifesp indicou que a Praia do Perequê estaria altamente contaminada por lixos de banhistas.
Em Mongaguá, a praia Flórida Mirim apresentava resíduos de esgoto, alteração na cor da areia e mau cheiro.
Praia Grande também chamou atenção: um córrego no Balneário Flórida possuía coloração que indica ausência de tratamento adequado e presença de esgoto. Já em Ilhabela, foi observado o lançamento de efluentes diretamente na areia da praia das Cabras.
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As prefeituras dessas cidades responderam às constatações. Ilhabela anunciou que uma nova Estação de Tratamento de Esgoto deve entrar em operação em breve, beneficiando mais de quatro mil moradores com uma rede de 15 km.
Guarujá informou que está buscando um plano de balneabilidade e vem articulando com outros órgãos para atingir 100% de praias com classificação verde.
Mongaguá destacou suas ações de limpeza e manutenção nas praias, além de atribuir à Sabesp a responsabilidade sobre o serviço de esgoto.
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Já Praia Grande negou que o material descartado fosse esgoto e justificou que córregos escuros são resultado da drenagem urbana. A cidade também planeja ações contra ligações clandestinas e tem previsão de universalização da coleta de esgoto até 2028.
Embora o foco principal tenha sido o litoral, áreas do interior também foram afetadas. Em Ilha Comprida, foram encontrados pedaços de vidro e lixo na região do Boqueirão.
Já em Araçatuba, foi registrada a presença de água verde no trecho do rio Tietê na prainha municipal.
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As prefeituras dessas cidades alegam que fazem limpezas regulares e que os serviços de tratamento de água e esgoto são de responsabilidade de empresas concessionárias.
O relatório da fiscalização aponta falhas graves no planejamento urbano, destacando a precariedade ou total ausência de sistemas de coleta e tratamento de esgoto.
Também foram identificadas moradias e comércios instalados de forma irregular, inclusive em margens de rios, muitas vezes sem qualquer infraestrutura de saneamento.
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Há ainda preocupação com fossas sépticas sem manutenção adequada e com a presença de pessoas em situação de rua ocupando áreas de balneabilidade.
Com 158 auditores envolvidos, a operação teve como principal objetivo alertar os gestores sobre os riscos de contaminação fecal e por outros poluentes em locais usados para recreação, especialmente em praias e rios onde há maior contato direto do corpo com a água.
O órgão recomendou a implementação de ações concretas, como a ampliação das redes de coleta e tratamento de esgoto, além da promoção de políticas públicas voltadas à preservação dos recursos hídricos.
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O levantamento reforça a urgência de investimentos em infraestrutura e conscientização ambiental para garantir que o litoral paulista continue sendo um destino turístico seguro e saudável.