O recorde colocou o município no mapa internacional do surfe de ondas grandes e rendeu ao destino o apelido de "Nazaré Brasileira" / Divulgação/Turismo Jaguaruna
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Uma cidade pacata do litoral sul catarinense ganhou projeção mundial após um feito histórico. Em julho de 2025, durante a passagem de um ciclone extratropical, o surfista Lucas Chumbo registrou em Jaguaruna a maior onda já surfada em território brasileiro: 14,82 metros.
O recorde colocou o município no mapa internacional do surfe de ondas grandes e rendeu ao destino o apelido de “Nazaré Brasileira”, em referência à famosa vila portuguesa conhecida por seus paredões de água.
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O fenômeno ocorreu na Laje da Jagua, formação rochosa submersa a pouco mais de 5 km da costa. O local é conhecido por produzir ondas colossais devido ao efeito de shoaling, o mesmo que consagra picos como Nazaré (Portugal) e Teahupoo (Taiti).
Com a marca histórica, Jaguaruna passou a ser rota obrigatória de surfistas de elite — os chamados big riders — e atraiu o interesse de campeonatos internacionais, expedições esportivas e grandes marcas ligadas ao surfe.
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O título de “capital brasileira das ondas gigantes” impulsionou o turismo local. Entre 2022 e 2024, Jaguaruna registrou crescimento de 12% no número de residentes temporários, em grande parte profissionais em regime de home office atraídos pela qualidade de vida e pela proximidade com a natureza.
O setor hoteleiro também se expandiu para atender à crescente demanda, apoiado por 98% de cobertura de saneamento urbano e novas rotas aéreas no Aeroporto Regional de Jaguaruna, que ampliaram a conexão com o turismo nacional e internacional.
Santa Catarina, puxada pelo movimento em destinos como Jaguaruna, teve o segundo maior crescimento turístico do Brasil no verão de 2025, com aumento expressivo de visitantes estrangeiros.
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Além das ondas gigantes, Jaguaruna agrada quem busca tranquilidade. As praias e balneários oferecem atrativos diversos:
Praia do Camacho: complexos lagunares e infraestrutura consolidada.
Balneário Figueirinha: mar calmo para banho, cercado de pinheirais.
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Arroio Corrente: dunas de até 60 metros e lagoa para lazer.
Campo Bom: paisagens que lembram os Lençóis Maranhenses.
Dunas do Sul e Balneário Esplanada: natureza preservada e comércio em expansão.
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Apesar do boom turístico, o município mantém rígido controle urbanístico: 83% do território tem restrição a construções verticais, o que preserva o ecossistema costeiro e evita a superlotação típica de outros balneários.
A pesca artesanal segue firme, representando 18% da renda local e garantindo que a tradição cultural e a identidade dos moradores permaneçam vivas em meio ao desenvolvimento.
O impacto internacional do feito abriu espaço para que Jaguaruna avance em acordos de irmandade com Nazaré, Portugal, fortalecendo o intercâmbio esportivo, cultural e turístico entre os dois destinos.
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O crescimento, no entanto, traz desafios: ampliar infraestrutura, manter o equilíbrio ambiental e garantir ocupação urbana sustentável. A cidade aposta em planejamento rigoroso e turismo responsável para manter o ritmo sem perder suas raízes.
Combinando ondas gigantes, natureza preservada e tradição cultural, Jaguaruna desponta como exemplo de cidade que equilibra aventura radical, tranquilidade e desenvolvimento sustentável — uma verdadeira Nazaré Brasileira.