O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) já se posicionou contra a instalação do pátio / Divulgação
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"A área do Ecopátio, em Cubatão, passará a integrar a Poligonal. Dessa forma, a APS terá outra opção para atender a necessidade dos caminhoneiros, no sentido de criação do condomínio logístico. O projeto passa por análise formal pela área técnica da companhia".
A informação acima é, de certa forma, um alívio para a população de Cubatão que, durante boa parte deste ano, iniciou uma verdadeira guerra contra os planos da Autoridade Portuária de Santos (APS) de instalar, na Ilha do Tatu, um pátio de caminhões e um condomínio logístico para atender o Porto de Santos.
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A Assessoria de Imprensa a APS informou, porém, que os planos da Ilha do Tatu não estão totalmente descartados e que se encontram ainda em análise da companhia.
Vale lembrar que, meses atrás, o chefe da Secretaria de Relações Institucionais, ministro Alexandre Padilha, recebeu um documento, assinado por entidades e representantes de bairros de Cubatão, pedindo o impedimento da instalação do pátio.
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O documento ratificava argumentos apresentados numa reunião aberta, realizada este ano na sede da Associação de Melhoramentos da Ilha Caraguatá, envolvendo dezenas moradores, representantes de entidades de bairro de Cubatão e ainda especialistas ambientais, dando conta dos possíveis estragos ambientais e econômicos que o pátio pode gerar caso seja implantado na ilha.
Ainda segundo o documento, a obra iria também irá impactar a pesca artesanal e o turismo náutico, pois a alteração do ecossistema local poderia prejudicar uma atividade econômica tradicional da região, que depende da preservação das áreas naturais e da qualidade das águas.
Comunidade e especialistas apontam que o pátio iria ampliar os alagamentos dos bairros do entorno, especialmente na Ilha Caraguatá, que já enfrenta problemas, pois a substituição da vegetação nativa por estruturas de concreto e asfalto podem agravar os problemas de drenagem, colocando em risco a segurança e o bem-estar dos moradores.
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Outros impactos destacados foram o trânsito e a poluição, em decorrência da construção e operação do empreendimento, que vai aumentar significativamente o tráfego de caminhões e outros veículos pesados na área, resultando em congestionamentos frequentes e aumento da poluição sonora e do ar.
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) já se posicionou contra a instalação do pátio de caminhões ao lado do Viaduto Mario Covas (ponte estaiada). O prefeito de Cubatão, Ademário Oliveira (PSDB), já havia adiantado com exclusividade ao Diário que não vai dar alvará de funcionamento ao equipamento.
Se fosse a Ilha do Tatu, a APS queria ceder, de forma onerosa a área da União de 530 mil metros quadrados, sendo 100 mil destinados à construção do pátio de triagem de caminhões, condomínio logístico e atividades acessórias, com 800 vagas para estacionamento.
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O empreendimento seria projetado para resolver os gargalos logísticos do porto de Santos e mitigar o impacto na cidade.