Cotidiano

Por risco à saúde, Anvisa manda recolher cosméticos sem registro em todo o país

Entre os produtos suspensos estão progressivas, cremes e dentifrícios. A maioria foi fabricada pela Cosmoética, que não possuía registro na agência

Ana Clara Durazzo

Publicado em 10/10/2025 às 08:11

Atualizado em 10/10/2025 às 08:19

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Segundo a agência, 69 dos itens suspensos foram fabricados pela empresa Cosmoética Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda., que não possuía registro para a comercialização dos produtos / Marcelo Camargo/Agência Brasil

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta segunda-feira (6), o recolhimento imediato de 78 cosméticos irregulares de diferentes marcas e tipos — incluindo produtos para cabelo, pele e cremes dentais.

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Segundo a agência, 69 dos itens suspensos foram fabricados pela empresa Cosmoética Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda., que não possuía registro para a comercialização dos produtos. Apesar disso, a fabricante havia apenas notificado a existência deles — um processo simplificado, reservado a cosméticos de baixo risco, o que não se aplica aos itens recolhidos.

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'Produtos sem registro ou regularização não oferecem garantia de qualidade, segurança e eficácia, representando sérios riscos à saúde. Por isso, a Anvisa não recomenda a sua utilização', afirmou o órgão em nota oficial.

Produtos da Cosmoética lideram a lista

A Cosmoética teve 69 produtos recolhidos, incluindo linhas conhecidas de progressivas, botox capilar e selagens — categorias que envolvem agentes químicos de maior potencial de risco à saúde.

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Entre os nomes listados estão:

Realinhamento Térmico – Buran Profissional

Progressiva Megarepair Luna System

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Gloss Liss – Liberty Hair

Selagem Chinesa Niza Freitas

Botox Espelhado Matizador Fino Cheiro

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Liso de Milhões Beleza Rara

Progressiva Perfect Liss, entre outros.

Além desses, o Truss Máscara Capilar Selante Blond, fabricado pela Vegan do Brasil Indústria de Cosméticos Ltda., também foi alvo de sanções pela ausência de registro adequado.

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 Oito cosméticos da Ozonteck também foram recolhidos

A Anvisa determinou ainda o recolhimento de oito produtos da marca Ozonteck, fabricados pela +Briefing Agência de Publicidade e Representações Ltda.

Embora registrados como cosméticos, os itens foram anunciados com alegações de propriedades farmacológicas, o que é proibido para essa categoria de produto.

Foram suspensos:

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Sabonete Líquido OX3 Ozonteck

Tônico Capilar Ozonizado Revita Tonic Ozonteck

Creme Dental Ozonizado Ozon Fresh Ozonteck

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Gel Corporal Ozonizado Mind Chai Ozonteck

Óleo de Girassol Ozonizado Sofh Ozonteck

Gel Massageador Ozonizado Life Shii Ozonteck

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Leave In Kids Ozon Splash Ozonteck

Condicionador Kids Ozon Splash Ozonteck

Suspensão total e riscos à saúde

Com a decisão, estão proibidas a comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e o uso dos produtos listados.

A Anvisa alerta que o uso de cosméticos sem registro pode causar danos graves à pele, cabelos e mucosas, devido à ausência de comprovação de segurança e eficácia.

A agência reforçou que qualquer pessoa que encontre esses produtos à venda deve denunciar por meio da Ouvidoria da Anvisa ou pela Central de Atendimento (0800 642 9782).

Entenda a diferença entre notificação e registro

A notificação é um procedimento simplificado aplicado a produtos considerados de baixo risco, como sabonetes e xampus neutros.

Já o registro é obrigatório para cosméticos que contenham substâncias com potencial tóxico, efeitos químicos alisantes, clareadores ou terapêuticos — o que se aplica a diversos itens da lista recolhida.

De acordo com a Anvisa, a Cosmoética e outras empresas envolvidas declararam apenas a notificação de produtos que deveriam passar pelo processo completo de registro e avaliação de segurança, descumprindo a legislação sanitária vigente.

Reforço da fiscalização

A ação integra uma série de medidas recentes da Anvisa para reforçar o controle sobre o mercado de cosméticos, que vem crescendo rapidamente nos últimos anos — especialmente no segmento de alisantes e tratamentos capilares.

Nos últimos meses, o órgão também suspendeu linhas de progressivas e selagens de outras marcas, após identificar substâncias proibidas e irregularidades nos processos de fabricação.

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