Por que o pão já foi considerado o 'cajado da morte' Entenda a história / Reprodução/Pexels
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O aumento do interesse por produtos saudáveis criou uma inimizade com um dos alimentos mais encontrados na mesa brasileira: o pão. Especificamente, o glúten que é uma proteína benéfica para o corpo humano, contudo o problema é que o glúten está em toda parte, inclusive em alimentos processados, e evitá-lo requer atenção constante.
Mas, antes de você vilanizar o querido pão, saiba que não é a primeira vez que ele causa pânico. Ao longo da história, muitas populações foram assoladas por medos em relação ao pão.
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Nas décadas de 1920 e 1930, um pânico em relação ao pão chamado amilofobia varreu o país, impulsionado por um guru da dieta que usava pele de leopardo chamado Bernarr MacFadden, que viajou pelo país e chamou o pão de "cajado da morte".
Os debates que surgiram comparando o trigo branco e o integral moldaram os hábitos alimentares no início do século XX e refletiam seus preconceitos de classes e xenofobia.
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Com o surgimento das padarias industriais, o pão branco era visto como o "mais higienico" devido a sua cor branca que enfatizava que havia sido feito por máquinas e não por mãos sujas.
Já o pão integral ou artesanal, associado aos trabalhadores e imigrantes, era visto como falta de limpeza por ser feito em casa, conforme pode ser visto no vídeo abaixo:
Desta forma a indústria reagiu enriquecendo o pão branco com vitaminas e promovendo-o como um alimento saudável e até patriótico. Entre 1890 e 1930, os americanos fizeram a transição quase completa do pão caseiro para o pão comprado em lojas, se tornando um ícone da classe média americana.
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Mas durante as décadas de 1920 e 1930, a população americana foi tomada pelo pânico em relação ao pão branco. Uma onda de especialistas com origens questionáveis começou a alertar sobre o conteúdo nutricional do pão branco
Assim como temos hoje a preocupação com o consumo do glúten, havia um fundo de verdade na reação contra o pão branco. Poucos nutricionistas questionaram hoje a superioridade dos pães integrais ricos em fibras em relação ao pão branco.
E ainda tem fatores como a doença celíaca, uma condição genuinamente perigosa, que afeta até 1 em cada 133 pessoas. Celíacos que consomem glúten podem apresentar diarréia, vômitos, perda de peso, artrite e problemas piores.
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Embora tenha seus malefícios a maior parte das restrições modernas em relação ao glúten tem pouca base científica e está ligada a status e moralidade.
O autor Aaron Bobrow-Strain, em White Bread, e Harvey Levenstein, em Fear of Food, mostram como o medo do pão reflete divisões sociais e culturais. Comer ou não pão (seja branco, integral ou sem glúten) sempre foi mais do que uma escolha nutricional: é um marcador de classe, pureza e identidade.
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E quais são os beneficíos do pão? Confira na galeria abaixo: