Cotidiano

Por que o pão já foi considerado o 'cajado da morte'? Entenda a história

Dos anos 1930 às dietas sem glúten de hoje, o pão sempre esteve no centro de várias polêmicas alimentares

Nathalia Alves

Publicado em 16/10/2025 às 16:43

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Por que o pão já foi considerado o 'cajado da morte' Entenda a história / Reprodução/Pexels

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O aumento do interesse por produtos saudáveis criou uma inimizade com um dos alimentos mais encontrados na mesa brasileira: o pão. Especificamente, o glúten que é uma proteína benéfica para o corpo humano, contudo o problema é que o glúten está em toda parte, inclusive em alimentos processados, e evitá-lo requer atenção constante.

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Mas, antes de você vilanizar o querido pão, saiba que não é a primeira vez que ele causa pânico. Ao longo da história, muitas populações foram assoladas por medos em relação ao pão. 

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Nas décadas de 1920 e 1930, um pânico em relação ao pão chamado amilofobia varreu o país, impulsionado por um guru da dieta que usava pele de leopardo chamado Bernarr MacFadden, que viajou pelo país e chamou o pão de "cajado da morte". 

Branco x Integral 

Os debates que surgiram comparando o trigo branco e o integral moldaram os hábitos alimentares no início do século XX e refletiam seus preconceitos de classes e xenofobia. 

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Com o surgimento das padarias industriais, o pão branco era visto como o "mais higienico" devido a sua cor branca que enfatizava que havia sido feito por máquinas e não por mãos sujas.

Já o pão integral ou artesanal, associado aos trabalhadores e imigrantes, era visto como falta de limpeza por ser feito em casa, conforme pode ser visto no vídeo abaixo: 

Desta forma a indústria reagiu enriquecendo o pão branco com vitaminas e promovendo-o como um alimento saudável e até patriótico. Entre 1890 e 1930, os americanos fizeram a transição quase completa do pão caseiro para o pão comprado em lojas, se tornando um ícone da classe média americana. 

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A queda do pão branco

Mas durante as décadas de 1920 e 1930, a população americana foi tomada pelo pânico em relação ao pão branco. Uma onda de especialistas com origens questionáveis começou a alertar sobre o conteúdo nutricional do pão branco

Assim como temos hoje a preocupação com o consumo do glúten, havia um fundo de verdade na reação contra o pão branco. Poucos nutricionistas questionaram hoje a superioridade dos pães integrais ricos em fibras em relação ao pão branco. 

E ainda tem fatores como a doença celíaca, uma condição genuinamente perigosa, que afeta até 1 em cada 133 pessoas. Celíacos que consomem glúten podem apresentar diarréia, vômitos, perda de peso, artrite e problemas piores. 

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Embora tenha seus malefícios a maior parte das restrições modernas em relação ao glúten tem pouca base científica e está ligada a status e moralidade. 

O autor Aaron Bobrow-Strain, em White Bread, e Harvey Levenstein, em Fear of Food, mostram como o medo do pão reflete divisões sociais e culturais. Comer ou não pão (seja branco, integral ou sem glúten) sempre foi mais do que uma escolha nutricional: é um marcador de classe, pureza e identidade.

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E quais são os beneficíos do pão? Confira na galeria abaixo:

Melhora o trânsito intestinal: As fibras presentes no pão integral ajudam a regular o intestino e podem prevenir doenças como a constipação /Pexels
Melhora o trânsito intestinal: As fibras presentes no pão integral ajudam a regular o intestino e podem prevenir doenças como a constipação /Pexels
Auxilia no controle da glicemia: Por ser digerido mais lentamente, libera glicose na corrente sanguínea de forma gradual, o que é benéfico para pessoas com diabetes ou que buscam estabilizar o açúcar no sangue. /Pexels
Auxilia no controle da glicemia: Por ser digerido mais lentamente, libera glicose na corrente sanguínea de forma gradual, o que é benéfico para pessoas com diabetes ou que buscam estabilizar o açúcar no sangue. /Pexels
É rico em nutrientes como vitaminas do complexo B, vitamina E, magnésio, selênio, cálcio e ferro, que são importantes para a saúde do corpo /Pexels
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É uma fonte de carboidratos complexos que libera energia de forma mais lenta, evitando picos de glicemia e fornecida para o corpo por mais tempo. /Pexels
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