O curioso é que essa ordem não segue lógica sonora, frequência de uso ou facilidade de aprendizado / ImageFX
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Desde a infância, aprendemos que o alfabeto começa com A e termina com Z. A sequência é tão familiar que raramente alguém se pergunta por que as letras estão organizadas dessa forma.
O curioso é que essa ordem não segue lógica sonora, frequência de uso ou facilidade de aprendizado. Ela existe, sobretudo, por força da tradição histórica.
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A ordem do alfabeto que usamos hoje não foi criada do zero. Ela é resultado de uma longa herança que começa em sistemas de escrita muito antigos, como o alfabeto ugarítico e, posteriormente, o alfabeto fenício. Esses povos já utilizavam uma sequência fixa de símbolos para representar sons.
Quando os gregos adotaram o sistema fenício, eles preservaram quase integralmente essa ordem. Mais tarde, os romanos adaptaram o alfabeto grego para o latim, que se tornaria a base do alfabeto usado atualmente em grande parte do Ocidente.
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A sequência original foi mantida mais por costume do que por qualquer necessidade prática.
Ao contrário do que muitos imaginam, não houve uma pessoa ou grupo responsável por 'escolher' a ordem do alfabeto. Ela foi sendo transmitida de cultura em cultura como um padrão aceito. Alterar essa sequência significaria dificultar o ensino, a leitura e a organização dos registros escritos.
De acordo com a Encyclopaedia Britannica, a força da tradição foi determinante para a manutenção da ordem das letras ao longo dos séculos. Uma vez aprendida, a sequência passou a ser repetida quase sem alterações, consolidando-se como referência.
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Em teoria, nada impede que as letras fossem organizadas por som, frequência de uso ou até por formato visual. Alguns sistemas de escrita, inclusive, seguem lógicas diferentes.
Pesquisas da University of Cambridge indicam que sequências fixas de letras já existiam em alfabetos antigos, o que reforça a ideia de que a ordem é uma convenção social, não linguística.
Ou seja, o alfabeto poderia ser outro — mas não é, porque mudar algo tão enraizado traria mais confusão do que benefícios.
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Com o avanço da escrita como ferramenta de ensino, registro e organização social, a ordem das letras ganhou ainda mais importância. Dicionários, arquivos, cadastros e índices dependem de uma sequência fixa para funcionar.
A padronização do alfabeto ajudou a consolidar sua ordem como um dos pilares da organização do conhecimento no mundo ocidental. Alterá-la hoje exigiria reestruturar sistemas inteiros, algo impraticável.
Mesmo sem refletir sobre isso, a ordem alfabética organiza grande parte do nosso cotidiano. Alguns exemplos são:
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Dicionários e enciclopédias
Listas de nomes, arquivos e cadastros
Índices de livros e documentos
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A sequência funciona como uma regra silenciosa, que organiza informações automaticamente.
A resposta é simples: aprendemos a ordem do alfabeto tão cedo que ela se torna automática. Deixa de parecer uma escolha e passa a soar como algo natural. No fim, o alfabeto está nessa ordem porque sempre esteve — e, muitas vezes, a tradição fala mais alto do que qualquer lógica.