Cotidiano
Especialistas alertam para efeitos colaterais e riscos potenciais que cercam o consumo frequente desse chá, especialmente entre grupos mais sensíveis
Produzido a partir das sementes da planta Pimpinella anisum, o chá é conhecido por propriedades calmantes, diuréticas e anti-inflamatórias / Freepik
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Com aroma doce e sabor suave, o chá de erva-doce conquistou espaço nas casas brasileiras como um aliado natural no combate à má digestão, gases e cólicas. No entanto, especialistas alertam para efeitos colaterais e riscos potenciais que cercam o consumo frequente da bebida, especialmente entre grupos mais sensíveis.
Produzido a partir das sementes da planta Pimpinella anisum, o chá é conhecido por propriedades calmantes, diuréticas e anti-inflamatórias, além de conter compostos como o anetol, que tem ação estrogênica, o que o torna popular entre mulheres que enfrentam sintomas da menopausa ou dificuldades na amamentação.
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No entanto, esse mesmo composto pode interferir no sistema hormonal, tornando seu uso desaconselhado durante a gravidez e delicado para lactantes sem supervisão médica.
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Entre os benefícios mais citados estão:
Alívio de cólicas e gases
Combate à tosse e ao mau hálito
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Efeito diurético, que pode auxiliar na perda de peso
Ação antioxidante e calmante
Potencial auxílio no alívio de sintomas da menopausa
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Porém, médicos e nutricionistas ressaltam que nem tudo que é natural é inofensivo. Pessoas com alergia a plantas da família Apiaceae, como cenoura, coentro ou aipo, devem evitar o consumo da erva-doce. O chá também pode interagir com medicamentos, especialmente anticoagulantes, anticoncepcionais ou fármacos processados pelo fígado, podendo alterar sua eficácia.
Um dos pontos de maior atenção é o potencial efeito hormonal da erva-doce, que pode influenciar o equilíbrio endócrino. Por isso, gestantes devem evitar a bebida, já que há indícios de que o anetol possa estimular contrações uterinas ou afetar os níveis hormonais durante a gestação.
Em mulheres que amamentam, o chá é muitas vezes usado para aumentar a produção de leite, prática comum na medicina tradicional, mas não deve ser adotado sem orientação médica, justamente pelos possíveis efeitos colaterais à mãe ou ao bebê.
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Apesar dos alertas, o chá de erva-doce continua sendo uma alternativa natural útil em diversos contextos, desde que seu consumo seja feito com moderação e responsabilidade. Especialistas recomendam que o chá não seja usado como substituto de tratamento médico e que seja evitado em casos de sintomas persistentes ou desconhecidos.
Também é essencial buscar orientação profissional ao incluir o chá na rotina, especialmente para pessoas em tratamento contínuo, com problemas hormonais ou que pertençam a grupos de risco.
O caso do chá de erva-doce é um exemplo claro de que a fronteira entre remédio e risco é, muitas vezes, definida pela dose e pelo contexto. Embora carregue propriedades benéficas reconhecidas, seu uso indiscriminado pode levar a reações adversas, desequilíbrios hormonais e até comprometer tratamentos médicos.
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Em tempos de valorização dos tratamentos naturais, a ciência reforça: todo cuidado é pouco, até mesmo com o que parece inofensivo.