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A cabeleireira Maria Aparecida Silva Guimarães mora há 25 anos no Morro do Bio, no Maciço do Sorocutuba, em Guarujá. Residente em área de risco, Maria Aparecida receia pela segurança do marido, dos filhos e da neta, quando chove muito. Ela fala do último deslizamento de terra que ocorreu na temporada de verão, cobrindo parte da pista que fica próxima à sua casa. “A gente fica com medo quando chove, mas a gente não tem condições de sair daqui”.
Outra moradora do Morro do Bio, Elisângela Garrido, se queixa da falta de escadarias para facilitar o acesso até sua casa. “A gente tem família, pessoas de idade que têm dificuldade para chegar até aqui porque como você vê só tem esses degraus (improvisados de concreto). E depois, a gente quer morar num lugar bonito, que ofereça conforto”, disse ela. Elisângela mora com o marido e a filha.
Essas famílias estão entre as quatro mil que moram em áreas de risco na Cidade. São aproximadamente 16 mil pessoas que devem se beneficiar com o Plano Municipal de Redução de Riscos da Defesa Civil (PMRR), em parceria com o Ministério das Cidades, por meio do Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários.
O plano consiste no mapeamento das áreas de risco para a realização de melhorias. Após o levantamento dessas áreas e identificação das moradias será feito um cadastro sócio-econômico das famílias e as previsões para as obras estruturais.
O estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) identificou 610 pontos de risco alto e 291, de risco muito alto, em 15 áreas. São elas, Perequê, Nova Perequê, Morro do Bio, Canta Galo, Barreira do João Guarda, Vila Baiana, Jardim Três Marias, Vale da Morte, Vila Julia, Jardim Bela Vista, Vila Edna, Morro do Engenho, Morro da Cachoeira, Morro do Outeiro e Praia do Góes. Só os morros do Engenho e da Cachoeira apresentam 225 pontos de risco alto, cada um. O Morro da Cachoeira também apresenta o maior número de pontos de risco muito alto, 60.
Segundo o diretor da Defesa Civil de Guarujá, Élvio José da Silva, os pontos correspondem as moradias irregulares que necessitam de intervenção. As moradias situadas em áreas de risco muito alto terão que ser demolidas e as famílias removidas. No entanto, Élvio esclarece que o PMRR não engloba projeto habitacional, apenas obras de muros de arrimo, galerias de águas pluviais e escadarias.
A segunda etapa do PMRR consiste na captação dos recursos junto ao Ministério das Cidades, por meio da Caixa Econômica Federal, para a execução das melhorias. Contudo, o estudo do IPT ainda não foi encaminhado ao Ministério das Cidades para análise. Uma audiência pública para apresentação do estudo do IPT foi realizada no último dia 4. “Acredito que nos próximos dias já estaremos recebendo a ata e o relatório do estudo do IPT. Assim que tivermos toda a documentação, enviaremos para o Ministério das Cidades para a liberação dos recursos”.
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