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Cotidiano

Petrobras coloca Merluza em pacote de venda

Bacia de Santos. Estatal iniciou processo de concessão de 30 áreas no Brasil; Sindipetro Litoral Paulista alerta para perda empregos e de royalties

Publicado em 14/08/2017 às 10:58

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Merluza está instalada na costa de Praia Grande e é uma das plataformas mais antigas da Petrobras. Produz os campos de gás natural de Merluza e Lagosta / Divulgação

No final do mês passado, a Petrobras iniciou processo de venda de 30 áreas produtoras de petróleo no país.

O negócio, chamado de ‘desinvestimento’ pela estatal prevê a cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção em sete conjuntos de campos em água rasa, entre eles o Polo de Merluza, na Bacia de Santos. O anúncio não agradou o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Litoral, que alerta para os impactos que a medida trará aos municípios da Baixada Santista, como perda de postos de trabalho e diminuição dos royalties.

“A Petrobras desde 2015 vem implementando o plano de desinvestimento. No primeiro momento a divulgação para o mercado de que a venda seria para sanar as contas com o seus credores. Ao longo dos anos se percebe que é um processo de desatização, antes voltada para a exploração e venda de barris e agora com a venda de plataformas. Estamos conversando com os trabalhadores para verificar quais medidas vamos tomar”, disse Adaedson Costa, coordenador do Sindipetro Litoral Paulista. “Pedimos informações para a empresa que não se manifestou com relação a isso. Vemos como muito grave mais esse anúncio”, completou.

Segundo Costa, além da perda de postos de trabalho a concessão pode significar perda nos royalties. “A partir do momento que terceiriza, a cada 10 barris vendidos a empresa pode dizer que extraiu apenas dois.

Não tem como controlar. No mundo, os estados que privatizaram suas reservas perderam. Estima-se que a cada três barris extraídos dois são desviados. Na prática, os royalties ainda serão pagos, mas não o real”, explicou.

O sindicalista lembra as expectativas criadas na região em torno do pré-sal. “Diziam que todas as negociações do pré-sal seriam por Santos, mas a Petrobras mudou a diretriz. Das três torres previstas da empresa, construíram apenas uma. As negociações voltaram para o Rio de Janeiro. Empresários fizeram investimentos em torno dessa expectativa. Os políticos da nossa região estão apáticos e nada dizem sobre o que aconteceu e está acontecendo”, destacou Costa. Na região do Valongo, onde foi construído o prédio de negócios da estatal, também foi erguido hotel e dois prédios privados para ­escritórios.

Ainda de acordo com o dirigente sindical, nas plataformas já privatizadas o trabalho é precarizado. “Mão de obra estrangeira – indonésios, chineses e tailandeses - escravizada com escala de 12 horas e 21 dias trabalhados para ter folga”, afirmou.

A Petrobras divulgou em seu site documento intitulado oportunidade de investimento em ativos de água rasa, onde detalha informações sobre os polos colocados à disposição do mercado.   

Plataforma. Merluza é uma das plataformas mais antigas da companhia. Está em operação desde 1993 e produz os campos de gás natural de Merluza e Lagosta. Instalada a cerca de 180 quilômetros da costa do município Praia Grande, a unidade escoa toda a sua produção através de um gasoduto de 215 quilômetros que liga a plataforma até a Unidade de Gás Natural localizada na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão. Cerca de 50 trabalhadores, a maioria petroleiros concursados, trabalha na unidade.

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