Cotidiano
De acordo com a pesquisa, as propriedades térmicas e radiativas das pinturas automotivas desempenham papel relevante na retenção de calor nos centros urbanos.
O resultado mostrou que o carro escuro elevou a temperatura do ar em até 3,8°C em relação ao asfalto ao redor, enquanto o veículo claro, por refletir mais luz solar, teve impacto mínimo / Freepik
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Um novo estudo publicado na revista científica City and Environment Interactions aponta que a cor dos carros estacionados nas ruas pode influenciar diretamente a temperatura do ar nas cidades, agravando o fenômeno das ilhas de calor urbanas.
De acordo com a pesquisa, além da falta de vegetação e da poluição atmosférica, as propriedades térmicas e radiativas das pinturas automotivas desempenham papel relevante na retenção de calor nos centros urbanos.
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Confira também artigo publicado pelo portal The Conversation, que afirma que o aquecimento global atingiu limite crítico e relógio climático se aproxima do fim
Os pesquisadores analisaram dois veículos estacionados ao ar livre por mais de cinco horas em um dia de verão com 36°C: um carro de cor escura e outro de cor clara.
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O resultado mostrou que o carro escuro elevou a temperatura do ar em até 3,8°C em relação ao asfalto ao redor, enquanto o veículo claro, por refletir mais luz solar, teve impacto mínimo.
O motivo está na baixa refletância das cores escuras, que devolvem apenas 5% a 10% da luz solar, absorvendo mais calor. Já o aço e o alumínio da estrutura dos carros aquecem rapidamente, ao contrário do asfalto, que é mais espesso e esquenta de forma mais lenta.
Em áreas densamente urbanizadas, onde veículos podem ocupar até 10% do espaço viário, o efeito se multiplica, alterando a sensação térmica nas ruas.
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'Imagine milhares de carros estacionados por toda a cidade, cada um agindo como uma pequena fonte de calor ou um escudo térmico. A cor deles pode realmente mudar a sensação térmica das ruas', explicou a pesquisadora Márcia Matias, coautora do estudo, em entrevista à New Scientist.
O estudo ressalta que os pedestres são os principais afetados, enfrentando condições microclimáticas extremas em locais com alta concentração de veículos escuros.
Esse impacto se soma a outros fatores já conhecidos, como a falta de áreas verdes, o excesso de concreto e a poluição do ar, intensificando o desconforto térmico em grandes cidades.
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Para reduzir o efeito das ilhas de calor urbanas, os pesquisadores sugerem medidas de planejamento urbano e mobilidade sustentável:
Incentivar o uso de cores claras e refletoras em veículos, semelhante ao que já ocorre em telhados e pavimentos;
Construção de estruturas de sombreamento em estacionamentos abertos;
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Restrições de estacionamento em áreas críticas para carros de cor escura;
Maior adoção de veículos elétricos, que emitem menos calor do que os convencionais.
A pesquisa utilizou como referência a cidade de Lisboa, em Portugal, onde o aumento da refletância em áreas com muitos carros estacionados elevou o índice de 20% para até 40%, trazendo impactos positivos no microclima urbano.
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Estudo científico: publicado na City and Environment Interactions, mostra que a cor dos carros influencia a temperatura urbana, agravando as ilhas de calor.
Experimento: análise de dois veículos em dia de 36°C — o carro escuro aqueceu até 3,8°C o ar ao redor; o carro claro teve impacto mínimo.
Explicação: cores escuras refletem apenas 5% a 10% da luz solar, absorvem mais calor e aquecem rápido devido ao aço/alumínio da estrutura.
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Impacto urbano: em cidades onde carros ocupam até 10% do espaço viário, o efeito de aquecimento se multiplica. Pedestres são os mais afetados.
Soluções propostas:
Incentivo a carros de cores claras;
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Estruturas de sombreamento em estacionamentos;
Restrições a carros escuros em áreas críticas;
Adoção de veículos elétricos, que emitem menos calor.
Referência internacional: Lisboa (Portugal) mostrou aumento da refletância de 20% para até 40% ao aplicar medidas semelhantes, reduzindo o aquecimento local.