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Cotidiano

Pescadores apontam queda nas vendas em Itanhaém

Os pescadores profissionais e proprietários de boxes afirmam que as vendas caíram cerca de 70% neste ramo

Nayara Martins

Publicado em 30/05/2020 às 07:15

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Boxes de pescado estão sentindo a falta de clientes e a queda nas vendas, na conhecida Rua da Peixe, no bairro Baixio / Nair Bueno/DL

Os bairros do Baixio e do Guaraú, dois locais tradicionais para a comercialização do pescado em Itanhaém, estão sendo bastante afetados pela crise financeira nesse período de pandemia. Os pescadores profissionais e proprietários de boxes afirmam que as vendas caíram cerca de 70% neste ramo.

No final da rua Urcezino Ferreira, também conhecida como Rua do Peixe, funcionam 15 boxes onde as pessoas podem encontrar peixes e frutos do mar frescos. A venda do pescado é feita diretamente pelos donos de boxes, já que possuem embarcações de pesca.

Na opinião do comerciante e gerente do boxe Luiz Ricardo Carvalho da Silva, 33 anos, o movimento caiu cerca de 70% nas vendas do pescado, nesse período de quarentena.

"Estamos trabalhando com o serviço de delivery do pescado, pois é uma nova alternativa para manter as vendas. Temos cinco funcionários e não queremos demitir ninguém".

Diz ainda que sua família conta com três embarcações, há cerca de 12 anos, e que apesar do fraco movimento, eles estão abertos ao público todos os dias.

Outra comerciante que tem dois boxes no Baixio para a venda do pescado é Kely Lopes, 22 anos. A sua família já trabalha no local há 30 anos.

Para ela, as vendas caíram cerca de 50%. "No início da quarentena, em março, o movimento era bem pior. Agora estamos trabalhando com delivery e com a divulgação nas redes sociais. Também temos clientes antigos que vêm buscar o peixe aqui", ressalta.

Comerciantes lembram que a prefeitura havia prometido revitalizar a área conhecida como Rua do Peixe, com a reforma dos boxes e dos sanitários, mas até o momento não aconteceu.

DEFESO DO CAMARÃO

Também no deck do Roteiro do Pescador, onde se localiza o conhecido Píer do Guaraú, às margens do rio Itanhaém, no bairro de mesmo nome, todos os boxes de comercialização de pescado estão fechados. No local, diversas embarcações de pesca também estão paradas e apenas alguns pescadores artesanais praticam a pesca esportiva.

O pescador profissional Nivaldo Faustino da Silva, 63 anos, que há 30 anos trabalha com a vendo do pescado, afirma que essa quarentena acabou gerando uma das piores crises financeiras do País.

"Está muito difícil a nossa situação. O que agravou ainda mais essa crise, além da pandemia, foi coincidir com o período de defeso do camarão, no início de março, pois não podemos sair para pescar", desabafa.

O período de defeso do camarão se iniciou em 1º de março e vai até domingo, dia 31 de maio, nas regiões Sul e Sudeste do País, sendo proibida a pesca de arrasto dos camarões rosa, branco, sete barba, entre outros. A partir desta segunda-feira, dia 1º de junho, haverá a liberação para a pesca do camarão.

"Nossa expectativa é que com o fim do defeso, tanto a pesca como as vendas do camarão possam melhorar. Mas será que vamos ter clientes para vender o camarão?", questiona. Ele esclarece que não teve o direito de receber o seguro defeso, já que precisou abrir firma para poder comercializar o camarão.

REVITALIZAÇÃO NO BAIXIO

A prefeitura de Itanhaém informa que existe um projeto antigo de revitalização para a reforma dos boxes e dos sanitários na Rua do Peixe, no Baixio. Mas explica que o projeto ainda não está na previsão de obras para este ano.

No ano de 2011, a Rua do Peixe, no Baixio, foi pavimentada pela prefeitura para facilitar o trabalho dos comerciantes locais e o trânsito.

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