Nativo da Bacia Amazônica, o pirarucu tem se espalhado por rios de São Paulo / Shizhao/Wikimedia Commons
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Um pescador de 53 anos capturou um pirarucu (Arapaima gigas) de 2,5 metros e 160 quilos no Rio Marinheiro, em Cardoso, no interior de São Paulo. O registro impressiona não apenas pelo porte do animal — um dos maiores peixes de água doce do mundo —, mas principalmente por sua localização.
Nativo da Bacia Amazônica, o pirarucu tem se espalhado por rios de São Paulo, Minas Gerais e pelo Pantanal, onde é classificado como uma espécie invasora.
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Conhecido como o "bacalhau da Amazônia" devido à qualidade de sua carne branca e sem espinhas, o pirarucu possui uma vantagem biológica adaptativa: a capacidade de respirar ar atmosférico.
Isso permite que ele sobreviva em águas com pouco oxigênio, subindo periodicamente à superfície. Além do valor gastronômico, sua pele é cobiçada pela indústria da moda de luxo para a fabricação de acessórios.
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Fora de seu bioma original, o pirarucu representa uma ameaça severa ao ecossistema. Por ser um predador carnívoro de topo de cadeia e de crescimento rápido, ele consome grandes quantidades de peixes e crustáceos nativos, desequilibrando a biodiversidade local.
Como não possui predadores naturais nessas regiões capazes de conter seu avanço, sua população pode crescer descontroladamente.
De acordo com a Polícia Militar Ambiental, a presença desse peixe fora da Amazônia é monitorada com rigor.
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Diferente das espécies nativas, que possuem períodos de defeso e limites de captura, não há restrição de peso ou quantidade para a pesca do pirarucu em rios paulistas.
A retirada do animal é incentivada pelas autoridades como uma medida de controle ambiental necessária para proteger as espécies locais.
O pirarucu pode chegar a mais de três metros de comprimento e pesar cerca de 200 quilos. Sua carne é amplamente utilizada na culinária regional e sua carcaça tem aproveitamento quase total, desde a alimentação até o artesanato.
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No entanto, ambientalistas reforçam que, apesar do potencial comercial, sua introdução artificial em bacias do Sudeste e Centro-Oeste é um erro que coloca em risco a saúde dos rios brasileiros.