Cotidiano

Pedágios isolam cidades do litoral e agravam desigualdades, dizem vereadores

Segundo os parlamentares, o pedágio mais caro do Brasil, somado à previsão de mais 12 novas praças na região, deve impactar toda a região

Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário

Publicado em 28/07/2025 às 18:15

Atualizado em 28/07/2025 às 18:15

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A reunião teve como foco principal os efeitos negativos da nova política tarifária do governo estadual / Márcio Ribeiro/DL

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A instalação de novos pedágios nas rodovias que cortam a Baixada Santista e o Vale do Ribeira tem gerado temor entre vereadores da região, que enxergam nas praças de cobrança não apenas um custo a mais para os motoristas, mas um fator de isolamento social, econômico e territorial. O alerta foi feito durante a primeira reunião da União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs), realizada na última sexta-feira (25), em Peruíbe.

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Com representantes das câmaras de todos os municípios da Baixada e também de Itariri e Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira — onde os primeiros pórticos da Concessionária Novo Litoral já começaram a ser instalados — a reunião teve como foco principal os efeitos negativos da nova política tarifária do governo estadual.

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Segundo os parlamentares, o pedágio mais caro do Brasil, somado à previsão de mais 12 novas praças na região, deve impactar toda a região, onde a população já enfrenta precariedade em áreas como saúde, transporte e emprego.

Isolamento e mobilidade prejudicada

O vereador Rafa do Pesqueiro (PSB), de Pedro de Toledo, foi direto ao apontar o que chamou de "isolamento programado" para sua cidade, cujas saídas estão entre as que devem receber pórticos de pedágio. "Temos uma estrada ruim e de pista simples, cheia de curvas, e o governo quer nos cobrar por isso? A população já sofre com o desemprego e depende de cidades vizinhas, como Peruíbe e Miracatu, para trabalhar", disse.

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De Itariri, o vereador Dine (PODE) chamou atenção para o impacto sobre a rotina de feirantes e moradores do distrito de Ana Dias, que pode ficar ainda mais isolado. “A gente depende do Porto de Santos, das cidades vizinhas, do transporte de mercadorias. Os pedágios vão afetar diretamente a renda de quem precisa se mover todos os dias para sobreviver.”

Pouca representação estadual

Embora muitos deputados tenham sido convidados, apenas Caio França (estadual / PSB) compareceu. Ele reforçou o impacto da medida sobre a vida da população e citou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) de sua autoria, que visa sustar o decreto do governo estadual que autoriza a cobrança.

“Temos que mostrar de forma clara que a região não aceita os pedágios. Já houve recuos do governador em outras partes do estado. Vamos lutar aqui também”, afirmou.

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Articulação regional

O presidente da Uvebs, vereador Cadu Barbosa (PTB), de Praia Grande, destacou que a articulação está apenas começando. A entidade deve promover novas reuniões mensais, de forma itinerante, com a expectativa de mobilizar a população e pressionar o governo.

“A primeira sessão foi muito positiva. Vamos nos mobilizar para a próxima visita do governador. Já solicitamos uma agenda com ele. A ideia é mostrar que a região está unida contra os pedágios”, declarou.

As próximas reuniões da Uvebs já estão marcadas: a segunda sessão será em Bertioga, no dia 29 de agosto.

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