Além de devorar matéria, muitos buracos negros ativos lançam jatos colossais de partículas e energia / Pixabay
Continua depois da publicidade
Buracos negros supermassivos não são apenas monstros espaciais que devoram tudo ao redor. Eles também são peças-chave na formação das galáxias e na história do próprio universo.
No centro da Via Láctea, repousa há milênios o buraco negro Sagitário A*, silencioso, mas com potencial para um despertar catastrófico.
Continua depois da publicidade
Astrônomos acreditam que entender quando e como esses “despertares” ocorrem pode revelar o futuro da nossa galáxia e oferecer pistas sobre os mecanismos cósmicos que moldaram o universo.
Sagitário A* é um buraco negro supermassivo com cerca de quatro milhões de vezes a massa do Sol. Localizado no núcleo da Via Láctea, ele está em um estado de calmaria há milhares de anos.
Continua depois da publicidade
Mas isso pode mudar. Uma equipe internacional de astrônomos estima que esse gigante voltará à ativa quando a Via Láctea colidir com a Grande Nuvem de Magalhães (LMC), uma galáxia anã situada a aproximadamente 200 mil anos-luz da Terra.
A boa notícia é que esse evento ainda está longe de acontecer: os cálculos indicam que a colisão deve ocorrer dentro de cerca de 2 bilhões de anos.
Quando isso acontecer, a força gravitacional da fusão vai direcionar uma imensa quantidade de gás para o centro da galáxia, alimentando Sagitário A*. O resultado será um núcleo galáctico ativo, emitindo radiação em níveis extremos, um verdadeiro espetáculo cósmico.
Continua depois da publicidade
Essas previsões ajudam os cientistas a compreender não só o futuro da Via Láctea, mas também o papel que os buracos negros desempenham na evolução de todo o universo.
Veja também: Buraco negro raro e silencioso é identificado a 40 mil anos-luz pela NASA.
O Telescópio Espacial James Webb (JWST) vem mudando completamente a forma como enxergamos o cosmos.
Continua depois da publicidade
Uma das descobertas mais fascinantes é a galáxia The Sparkler, localizada a cerca de 9 bilhões de anos-luz de distância, uma versão jovem do que teria sido a nossa Via Láctea.
Com apenas 3% da massa da Via Láctea e rodeada por cerca de 24 aglomerados globulares (a nossa possui cerca de 200), a Sparkler oferece pistas sobre como buracos negros supermassivos influenciam a formação de estrelas e o crescimento galáctico.
Enquanto estão “adormecidos”, esses buracos negros exercem pouca influência. Mas, quando despertam, o gás e a poeira que caem em sua direção formam um disco de acreção, uma estrutura que gira a velocidades próximas à da luz e atinge temperaturas de milhões de graus.
Continua depois da publicidade
O resultado é uma emissão poderosa de radiação em vários comprimentos de onda, do infravermelho aos raios X.
Veja também: Noite de Dia das Bruxas no Brasil terá cometa e bolas de fogo cruzando o céu.
Além de devorar matéria, muitos buracos negros ativos lançam jatos colossais de partículas e energia, verdadeiros canhões cósmicos que se estendem por milhares de anos-luz.
Continua depois da publicidade
Esses jatos remodelam o ambiente galáctico, influenciando a formação de estrelas e a distribuição de gás e poeira.
O despertar de Sagitário A*, quando ocorrer, será um desses eventos transformadores. E, embora ainda falte muito tempo, os cientistas já sabem: quando o gigante do centro da Via Láctea abrir os olhos novamente, o universo vai sentir.
O vídeo do canal Mundo Indomável conta um pouco mais sobre o Sagitário A*:
Continua depois da publicidade