Santos conta com apoio de uma unidade móvel totalmente equipada e climatizada / Divulgação/PMS
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Neste Dia Mundial da Doação de Leite Humano, celebrado nesta segunda-feira (19), Santos deu um importante passo em direção à redução da mortalidade infantil. A Prefeitura firmou uma parceria com o Governo do Estado para reforçar a coleta de leite materno no Município, com o apoio de uma unidade móvel totalmente equipada e climatizada.
A van, que funcionará como um posto itinerante de coleta e apoio à amamentação, irá circular pelas policlínicas da Vila Gilda, Martins Fontes, Alemoa, Ponta da Praia e Gonzaga, como parte de um projeto-piloto. A expectativa é que a iniciativa seja expandida para outras regiões da cidade.
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A proposta é captar novas doadoras para abastecer o Banco de Leite do Hospital Guilherme Álvaro (HGA), o único da rede pública em Santos. Atualmente, apenas 13 mulheres estão cadastradas como doadoras — número considerado baixo diante da crescente demanda, especialmente de bebês prematuros que necessitam de leite com características específicas, como o colostro, rico em anticorpos.
Com poltronas de amamentação separadas por baias, cores suaves e ambiente 100% climatizado, a van foi pensada para oferecer conforto e privacidade às mães. A estrutura permite que a coleta seja feita no próprio local, com armazenamento seguro em refrigeradores até o transporte ao banco de leite. Caso prefiram, as mulheres podem retirar o leite em casa com kits fornecidos pela equipe de saúde e fazer a entrega posteriormente.
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Além disso, a Secretaria de Saúde capacitará profissionais para orientar as doadoras, tanto nas policlínicas quanto durante o atendimento na van. As mulheres interessadas poderão se cadastrar e fazer exames laboratoriais diretamente em suas unidades de referência, sem necessidade de deslocamento ao hospital.
A vice-prefeita de Santos, Audrey Kleys, destacou o impacto da iniciativa: "A van é um instrumento para salvar vidas. Precisamos fomentar políticas públicas para garantir o aleitamento materno. Leite em Santos não vai faltar. Vamos controlar a mortalidade infantil com esse tipo de ação".
O secretário de Saúde, Fábio Lopez, reforçou a importância do novo serviço: "Este veículo vai fazer uma grande diferença na nossa Cidade para diminuir os índices de mortalidade infantil".
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A diretora técnica do HGA, pediatra Ana Beatriz Soares, celebrou o lançamento como um novo ciclo: "É um recomeço. Essa mobilidade vai salvar a vida dos nossos prematuros e dar às mães no puerpério a chance de se sentirem úteis, ajudando outras pessoas"
Já a pediatra Keiko Teruya, referência nacional em aleitamento e que dá nome ao Banco de Leite do hospital, lembrou das dificuldades anteriores: "Um dia soubemos que o leite pasteurizado estava em falta por falta de transporte. Hoje conseguimos tirar esse projeto do papel".
A cozinheira Eluana de Jesus Pereira, de 37 anos, é uma das doadoras: "Sempre tive muito leite. Com meu filho Endrick, decidi doar porque sei que tem mães que não conseguem amamentar. Os bebês precisam disso".
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Mais do que alimento, o leite materno é proteção. Rico em anticorpos e células de defesa que não podem ser reproduzidos em fórmulas artificiais, ele protege os bebês contra infecções, previne alergias e doenças crônicas, e até reduz o risco de alguns tipos de câncer.
Além de fortalecer a saúde dos recém-nascidos, especialmente dos prematuros, o leite materno reduz o tempo de internação hospitalar e é um aliado fundamental na luta contra a mortalidade infantil.
O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade e sua manutenção, junto a outros alimentos, até os 2 anos ou mais.
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