Cotidiano

Paralisação nacional? Na Baixada Santista, caminhoneiros dizem 'não' e seguem rodando

Movimento marcado para quinta (4) ganha força em outros estados, mas sindicatos da região rejeitam adesão e consideram a pauta política

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 03/12/2025 às 13:20

Atualizado em 03/12/2025 às 13:38

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Greve de caminhoneiros em 2018 gerou um caos logístico em direção ao Porto de Santos / Divulgação

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A mobilização nacional de caminhoneiros marcada para esta quinta-feira (4) — que pede mudanças estruturais no transporte rodoviário, revisão de leis e novos benefícios à categoria — não deve ter adesão oficial na Baixada Santista.

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Embora lideranças de outros estados articulem bloqueios e paralisações, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam-Baixada) divulgou nota informando que não apoia e não participará do movimento.

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A entidade, que representa autônomos da região, destaca que respeita o direito de manifestação, mas afirma que a mobilização anunciada “não se apresenta como uma pauta exclusiva do caminhoneiro”, classificando parte das reivindicações como politizadas — ponto que tem causado ruído entre motoristas de diferentes estados.

Veja também: Caminhoneiros do Brasil param nesta quinta (4) e garantem: Bolsonaro não é pauta

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No Litoral de São Paulo, caminhoneiros independentes também afirmam que não houve assembleias ou votação que legitimassem a paralisação regional.

Para Marcelo Paz, presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS), qualquer decisão deve ser construída coletivamente. “Sem consulta e sem consenso, não há como impor uma paralisação que impacte a economia da região e o acesso ao Porto”, afirmou.

Nota oficial do Sindicam-Baixada Santista:

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"Circulam rumores sobre uma possível paralisação nacional dos Transportadores Autônomos para dia 04/12/2025. O SINDICAM Santos esclarece que: Não apoia e não irá aderir a essa mobilização. Respeitamos o direito de manifestação, porém, o movimento anunciado não se apresenta como uma pauta exclusiva do caminhoneiro, e sim político, o que não é o foco desta entidade.

O SINDICAM SANTOS existe para defender a dignidade, a segurança e as condições de trabalho dos autônomos, das associações, cooperativas e transportadores da Baixada Santista. Estaremos sempre presentes quando a causa for da categoria e para a categoria com seriedade, responsabilidade e independência".

O que está sendo reivindicado no ato nacional

No restante do país, o movimento reúne demandas que vão desde reestruturação do Marco Regulatório do Transporte, aposentadoria especial de 25 anos de atividade e piso mínimo do frete com maior abrangência, até propostas mais amplas, como anistia a envolvidos em manifestações nos últimos 10 anos, subsídio ao óleo diesel, criação de pontos de descanso nas rodovias, linhas de crédito de R$ 200 mil para caminhoneiros negativados e isenção de IPI para renovação de frota.

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Relembre a greve de 2018: Greve dos caminhoneiros faz Correios suspenderem envio de Sedex

Entre reivindicações mais polêmicas estão a destinação de 30% das cargas de empresas estatais para autônomos, a criação da Justiça do Transporte e anistia administrativa e penal para movimentações anteriores da categoria.

Parte das propostas vem sendo compartilhada nacionalmente nas redes sociais, mas ainda sem uniformidade de apoio entre federações, cooperativas e sindicatos regionais.Região segue atenta, mas cenário é de baixa adesão

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Sem assembleias convocadas, sem alinhamento entre cooperativas e com posicionamento formal contrário do sindicato regional, a tendência é que a Baixada Santista tenha atividade normal nesta quinta, especialmente no entorno do Porto de Santos — ponto estratégico de escoamento nacional.

Nas redes, lideranças nacionais afirmam que o movimento não tem ligação com grupos políticos, mas o posicionamento do ex-desembargador Sebastião Coelho e de apoiadores da pauta pró-anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro reacendeu o debate sobre influência ideológica na mobilização, o que também pesou na decisão de entidades regionais.

Por ora, a paralisação ocorre — mas longe de consenso. Na Baixada, a rota tende a seguir aberta.

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