Conhecido popularmente como 'fiorde tropical', apesar de ser, tecnicamente, uma ria, ou seja, um vale costeiro inundado pelo mar, o local de 8 km de extensão e 2 km de largura / Divulgação/ Refúgio
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Entre montanhas cobertas de Mata Atlântica e águas que variam entre tons esverdeados e cristalinos, o Saco do Mamanguá, em Paraty (RJ), é um dos últimos refúgios intocados do litoral brasileiro.
Conhecido popularmente como 'fiorde tropical', apesar de ser, tecnicamente, uma ria, ou seja, um vale costeiro inundado pelo mar, o local de 8 km de extensão e 2 km de largura chama atenção pela rara combinação de biodiversidade, isolamento e cultura caiçara preservada.
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Com 33 praias acessíveis quase exclusivamente por barco, manguezais, vilas tradicionais e cenários que parecem ter parado no tempo, o Mamanguá tornou-se um reduto para quem busca silêncio, natureza e uma experiência longe do turismo massificado.
Embora seja uma das paisagens mais impressionantes da Costa Verde fluminense, o acesso continua limitado: a porta de entrada é a região de Paraty-Mirim, de onde partem barcos que seguem rumo ao braço de mar.
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Carros não chegam ao local, e a eletricidade só foi instalada há cerca de sete anos, reforçando o ritmo tranquilo e o modo de vida simples dos moradores.
A região abriga cerca de 150 famílias, distribuídas em pequenas comunidades, como a Vila do Cruzeiro, núcleo local com escola, posto de saúde, igrejas e pequenos comércios. A economia é baseada na pesca artesanal, turismo de base comunitária e artesanato em madeira, mantendo vivas tradições seculares.
A culinária local também traduz essa relação com o território: pratos com frutos do mar — como o tradicional sururu, colhido nos manguezais e preparado ainda nas conchas — são símbolos da gastronomia simples e autêntica do Mamanguá.
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'O que atrai as pessoas aqui é a tranquilidade, o contato verdadeiro com a natureza e a forma de vida caiçara', relatam moradores e guias da região.
Cercado por montanhas íngremes e matas densas, o Mamanguá oferece opções para diferentes perfis de visitantes:
Passeios de barco pelas praias e ilhotas
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Canoagem e caiaque pelos manguezais e rios
Trilhas, incluindo o desafiador caminho até o Pico do Pão de Açúcar, com vista panorâmica
Observação de fauna e flora e fotografia de paisagem
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Vivências culturais com comunidades locais
As águas claras próximas à foz são propícias para banho e esportes aquáticos; já nas extremidades, onde o mar encontra os manguezais, a profundidade diminui e os tons mudam, revelando a diversidade de ecossistemas.
O nome Mamanguá vem do tupi 'mamangûá', que significa 'enseada dos mamangás', em referência a arbustos nativos encontrados na região. A ligação entre o idioma indígena, a paisagem e o modo de vida reforça a profundidade histórica e cultural do território.
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De carro: até Paraty-Mirim
De lá: embarcações levam ao Saco do Mamanguá
Não há estradas até o interior da região, o que ajuda a preservar o ambiente e o estilo de vida local.
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Com isolamento natural, regras ambientais rígidas e turismo controlado, o Saco do Mamanguá se mantém como um dos destinos mais preservados do país, um Brasil que permanece fiel à natureza e à cultura original do litoral.
Perfeito para quem busca silêncio, natureza e autenticidade, o Mamanguá segue como um cartão-postal secreto da Costa Verde, onde o tempo parece correr no ritmo das marés.