Cotidiano

Paraíso intocado no litoral brasileiro encanta com águas cristalinas e tradição caiçara

Única ria do Brasil, local só acessível por barco preserva mata, manguezais e tradição; energia elétrica chegou há apenas 7 anos

Ana Clara Durazzo

Publicado em 03/11/2025 às 09:45

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Conhecido popularmente como 'fiorde tropical', apesar de ser, tecnicamente, uma ria, ou seja, um vale costeiro inundado pelo mar, o local de 8 km de extensão e 2 km de largura / Divulgação/ Refúgio

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Entre montanhas cobertas de Mata Atlântica e águas que variam entre tons esverdeados e cristalinos, o Saco do Mamanguá, em Paraty (RJ), é um dos últimos refúgios intocados do litoral brasileiro.

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Conhecido popularmente como 'fiorde tropical', apesar de ser, tecnicamente, uma ria, ou seja, um vale costeiro inundado pelo mar, o local de 8 km de extensão e 2 km de largura chama atenção pela rara combinação de biodiversidade, isolamento e cultura caiçara preservada.

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Com 33 praias acessíveis quase exclusivamente por barco, manguezais, vilas tradicionais e cenários que parecem ter parado no tempo, o Mamanguá tornou-se um reduto para quem busca silêncio, natureza e uma experiência longe do turismo massificado.

Embora seja uma das paisagens mais impressionantes da Costa Verde fluminense, o acesso continua limitado: a porta de entrada é a região de Paraty-Mirim, de onde partem barcos que seguem rumo ao braço de mar.

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Carros não chegam ao local, e a eletricidade só foi instalada há cerca de sete anos, reforçando o ritmo tranquilo e o modo de vida simples dos moradores.

Paraíso preservado e vida caiçara

A região abriga cerca de 150 famílias, distribuídas em pequenas comunidades, como a Vila do Cruzeiro, núcleo local com escola, posto de saúde, igrejas e pequenos comércios. A economia é baseada na pesca artesanal, turismo de base comunitária e artesanato em madeira, mantendo vivas tradições seculares.

A culinária local também traduz essa relação com o território: pratos com frutos do mar — como o tradicional sururu, colhido nos manguezais e preparado ainda nas conchas — são símbolos da gastronomia simples e autêntica do Mamanguá.

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'O que atrai as pessoas aqui é a tranquilidade, o contato verdadeiro com a natureza e a forma de vida caiçara', relatam moradores e guias da região.

Natureza, trilhas e ecoturismo

Cercado por montanhas íngremes e matas densas, o Mamanguá oferece opções para diferentes perfis de visitantes:

Passeios de barco pelas praias e ilhotas

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Canoagem e caiaque pelos manguezais e rios

Trilhas, incluindo o desafiador caminho até o Pico do Pão de Açúcar, com vista panorâmica

Observação de fauna e flora e fotografia de paisagem

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Vivências culturais com comunidades locais

As águas claras próximas à foz são propícias para banho e esportes aquáticos; já nas extremidades, onde o mar encontra os manguezais, a profundidade diminui e os tons mudam, revelando a diversidade de ecossistemas.

Origem do nome e valor cultural

O nome Mamanguá vem do tupi 'mamangûá', que significa 'enseada dos mamangás', em referência a arbustos nativos encontrados na região. A ligação entre o idioma indígena, a paisagem e o modo de vida reforça a profundidade histórica e cultural do território.

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Como chegar

Paraty, Costa Verde — RJ

De carro: até Paraty-Mirim

De lá: embarcações levam ao Saco do Mamanguá

Não há estradas até o interior da região, o que ajuda a preservar o ambiente e o estilo de vida local.

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Um tesouro natural ainda fora do circuito tradicional

Com isolamento natural, regras ambientais rígidas e turismo controlado, o Saco do Mamanguá se mantém como um dos destinos mais preservados do país, um Brasil que permanece fiel à natureza e à cultura original do litoral.

Perfeito para quem busca silêncio, natureza e autenticidade, o Mamanguá segue como um cartão-postal secreto da Costa Verde, onde o tempo parece correr no ritmo das marés.

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