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Cotidiano

Pancadão a céu aberto incomoda moradores de três bairros da Zona Noroeste de Santos

Segundo um morador, que prefere não se identificar, os eventos deste tipo tiveram início no final do mês de junho e atraem centenas de pessoas em época de pandemia

Da Reportagem

Publicado em 27/07/2021 às 08:00

Atualizado em 27/07/2021 às 17:11

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Baile funk vem sendo realizado toda sexta-feira, a partir das 22h30, na Rua Caminho São Jorge / Reprodução

Um baile funk vem sendo realizado toda sexta-feira, a partir das 22h30, na Rua Caminho São Jorge, em frente à Rua das Pedras, na Caneleira, em Santos, e vem tirando a paz de moradores de ao menos outros dois bairros próximos. Segundo um morador, que prefere não se identificar, os eventos deste tipo tiveram início no final do mês de junho e geram aglomeração, pois atraem centenas de pessoas em época de pandemia.

Ele relata que o pancadão tem início após a chegada de dois paredões de som, que ficam instalados na caçamba de um carro, e a música alta segue até às 7h de sábado.

"Estamos em pandemia, não tinham que estar fazendo baile. O barulho pode ser ouvido a quilômetros de distância", afirma.

Segundo o morador, diversos moradores da Caneleira e de outros bairros próximos acionam a Polícia Militar, mas nada é feito e o baile segue normalmente.

"A gente liga toda sexta-feira na madrugada. Todos os vizinhos aqui ligam, pessoal da Areia Branca e Vila São Jorge também está sempre ligando. Uma moradora daqui disse que viu duas viaturas passarem pelo baile e irem embora", afirmou.

Além disso, ele revelou que questionou a Guarda Municipal de Santos e que foi informado de que os agentes públicos "não podem acionar a PM, pois seria necessária uma operação para acabar com o baile funk".

"Já liguei até para a corregedoria da Policia Militar. É um descaso em tempo de pandemia. O som é muito alto, ninguém consegue dormir. Meus pais moram aqui desde 2004 e nunca houve isso. Entramos também com duas denúncias no Ministério Público. Não é possível que ninguém possa ajudar a gente", desabafa.

Prefeitura de Santos

Em nota, a Prefeitura de Santos afirma que a Guarda Civil Municipal (GCM) informa que não recebeu denúncia sobre o referido evento. A Administração Municipal disse ainda que ocorrências de grandes aglomerações (bailes funk, eventos ao ar livre etc.) são de responsabilidade da Polícia Militar , que deve ser acionada pelo telefone 190. A GCM que presta apoio sempre que solicitada pelas autoridades policiais.

Polícia Militar

Em nota, o Sexto Batalhão de Polícia Militar do Interior, responsável pelo policiamento em Santos, informou que realiza de forma constante 'Operações de Paz e Proteção', que tem a finalidade de ocupar previamente locais onde serão realizados bailes funks ou outros tipos de eventos que causem aglomerações de pessoas em vias públicas. "Esclarecemos que na sexta feira, 23, a Operação Paz e Proteção foi realizada no Morro do São Bento e no sábado, dia 24, no Jardim São Manoel, onde foi possível coibir a realização de eventos não permitidos".

Com relação a denúncia do munícipe feita à Reportagem, a PM esclarece que repassou "à Seção de Planejamento Operacional para realização de operações futuras, visando a preservação da ordem, integridade física e respeito às liberdades e direitos individuais".

Confira a nota completa:

"O Sexto Batalhão de Polícia Militar do Interior responsável pelo policiamento no município de Santos realiza de forma constante “Operações Paz e Proteção” que tem a finalidade de ocupar previamente locais onde serão realizados bailes funks ou outros tipos de eventos que causem aglomerações de pessoas em vias públicas.

Também é solicitado o apoio de outros órgãos, como Guarda Municipal, CET, SEFIN para que as medidas administrativas sejam tomadas através de fiscalizações administrativas, com relação ao não cumprimento de normas e ao código de posturas municipais.

Esclarecemos que na sexta feira, 23, a Operação Paz e Proteção foi realizada no Morro do São Bento e no sábado, dia 24, no Jardim São Manoel, onde foi possível coibir a realização de eventos não permitidos similares ao constante na demanda desse órgão de imprensa.

Cabe ressaltar que a citada operação visa que a Polícia Militar ocupe previamente o local, evitando que as pessoas se instalem na via, por isso as ações preventivas são planejadas com antecedência com bases em denúncias e informações através de divulgações dos eventos na internet pelos organizadores ou outros meios como por exemplos denúncias e também de verificação de ocorrências com aglomeração de pessoas em datas anteriores.

Esclarecemos o fato trazido por esse órgão de imprensa foi repassado à Seção de Planejamento Operacional para realização de operações futuras, visando a preservação da ordem, integridade física e respeito às liberdades e direitos individuais, a fim de impedir e controlar atos de incivilidades e paralelamente continuaremos a apoiar os órgãos estaduais e municipais e também a Polícia Civil para que através de investigações apure quem são os organizadores e patrocinadores de tais eventos, responsabilizando-os criminalmente se for o caso.

A Polícia Militar entende a problemática das pessoas não frequentadoras que residem nos locais onde os eventos não autorizados acontecem, não concordando com a realização dos bailes funks ou outros tipos de festas que causam tantos transtornos para as pessoas e afirma que mantém estreito contato com outras secretarias e órgãos públicos para a resolução conjunta de problemas para a adoção de medidas mais efetivas para a questão que garanta uma atuação respaldada na legalidade e na resolução de conflitos.

A Polícia Militar reforça que é de extrema importância a ajuda da comunidade com informações através o disque denúncia, telefone 181, não precisando se identificar ou deve ser comunicada à Polícia Militar através do telefone de emergência 190".

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