Cotidiano
Com tom polêmico, influenciador religioso afirma que 'está faltando marido para essas mulheres' e diz que bonecas 'parecem o capiroto'
Bebês reborn são bonecas hiper-realistas, feitas para se parecerem com recém-nascidos / Divulgação/Bonequinha Reborn
Continua depois da publicidade
O padre Patrick Fernandes, conhecido por seu conteúdo religioso com humor nas redes sociais, causou polêmica ao criticar publicamente mulheres que cuidam de bonecas reborn como se fossem filhos.
Em vídeo publicado no Instagram e TikTok, o influenciador religioso, que soma mais de 9,5 milhões de seguidores nas duas plataformas, ironizou a prática e afirmou que “está faltando marido para essas mulheres”.
Continua depois da publicidade
“Não sei o que está acontecendo que no meu Instagram está aparecendo um monte de vídeo de mães de bebês reborn. O que está acontecendo com o mundo?”, começou o padre, em tom de desabafo. “Se a NASA quiser que eu vá de cobaia pra Marte, estou disponível. Estou cansado deste mundo”, completou, rindo.
As declarações viralizaram nas redes sociais, gerando debate entre internautas. O vídeo original acumulou mais de 2,1 milhões de visualizações e 9 mil comentários apenas no TikTok, dividindo opiniões entre críticas e apoios ao sacerdote.
Continua depois da publicidade
A aprovação do “Dia da Cegonha Reborn” no Rio de Janeiro reacendeu discussões sobre o uso terapêutico dos bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos, especialmente em casos de luto perinatal.
Durante a gravação, o padre questiona se existe uma conexão emocional genuína entre as mulheres e as bonecas reborn ou se tudo não passa de uma estratégia para engajamento nas redes sociais.
“Está tendo chá revelação, encontro no parque com os nenéns reborn e as mães estão levando [as bonecas] para o hospital. Jesus, volta logo”, afirmou.
Continua depois da publicidade
Ele também criticou a estética das bonecas hiper-realistas, afirmando que elas são “assustadoras”.
“Essas bonecas parecem o capiroto. Eu não conseguiria dormir com um bebê reborn aqui. É o apocalipse”, disse.
Após a repercussão negativa de suas declarações, Padre Patrick voltou às redes sociais para comentar o assunto. Segundo ele, sua opinião reflete uma preocupação maior com o que enxerga como um sinal de imaturidade emocional entre adultos.
Continua depois da publicidade
“Não consigo normalizar uma situação como essa. Estamos vivendo uma geração de adultos infantilizados. Adultos que se comportam como crianças. É por isso que muitos casamentos não dão certo”, afirmou.
Ele reforçou que não considera normal o comportamento de quem trata bonecas como filhos reais e associou o fenômeno à carência emocional.
“Está faltando marido para essas mulheres se ocuparem de alguma forma. Não que homem seja a solução, mas é uma tentativa de preencher algum vazio”, comentou.
Continua depois da publicidade
Os bebês reborn são bonecas hiper-realistas, feitas para se parecerem com recém-nascidos. Produzidas com materiais como silicone e vinil, elas imitam traços físicos de bebês humanos — incluindo peso, textura de pele e até cheiros característicos. Embora muitas pessoas colecionem essas bonecas como hobby ou arte, algumas adotam uma abordagem mais emocional, criando rotinas como dar mamadeira, trocar fraldas e realizar “chás revelação”.
O tema costuma gerar discussões acaloradas nas redes sociais, especialmente sobre saúde mental, solidão, carência e maternidade simbólica. A reportagem do Diário do Litoral conversou com uma psicóloga para tratar sobre o hábito de cuidar de uma boneca como se fosse um bebê de verdade.
A fala do padre provocou reações diversas. Enquanto alguns internautas concordaram com a crítica, outros consideraram o comentário insensível e misógino.
Continua depois da publicidade
“Cada um com sua terapia, né?”, comentou uma usuária. “Tem gente que cuida de plantas, outros de bonecas. E daí?”, disse outro. Já um apoiador escreveu: “Finalmente alguém falou o óbvio. Isso não é normal.”
O episódio reacende o debate sobre limites entre hobby, carência emocional e saúde mental, especialmente em tempos de hiperconexão e exposição nas redes sociais.
Continua depois da publicidade