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Cotidiano

Ovos de Páscoa caseiros ganham espaço na região

Além da qualidade, consumidores dizem que o preço compensa e que o chocolate é mais saboroso

Vanessa Pimentel

Publicado em 06/04/2017 às 10:00

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Um dos motivos alegados por quem prefere os doces caseiros é a qualidade oferecida e o capricho artesanal de quem fabrica os produtos com as próprias mãos / Bruna Agondi/Arquivo Pessoal

Ovos de Páscoa industrializados não são mais a primeira opção de alguns consumidores da região. Um dos motivos alegados por quem prefere os doces caseiros é a qualidade oferecida e o capricho artesanal feito pelas mãos de quem produz o que vende. A prática também fortalece a chamada economia colaborativa, onde um dos objetivos é fortalecer o pequeno produtor e valorizar o trabalho artesanal.

“Compro ovos caseiros há mais de dois anos porque acho mais saboroso que o industrializado e consequentemente você acaba ajudando um amigo que trabalha com isso”, justifica Fabiana Mendonça. Ela faz parte dos consumidores que trocou as mercadorias oferecidas nos grandes mercados pelos produtos feitos em casa.

Bruna Agondi é quem fornece os ovos a Fabiana e faz do serviço uma segunda renda. “Durante o dia trabalho no departamento financeiro de uma empresa e depois das seis da tarde, assumo a cozinha ao lado da minha mãe para preparar as encomendas”, explica Bruna.

Ela conta que a mãe já tinha o costume de fazer doces para a família até que em 2013 decidiram pensar no hobby como algo que poderia ajudar na renda. Passaram a fazer bolos e doces de festa e no ano seguinte, ovos de páscoa.

“Fizemos cursos e pesquisas do que estava em alta e começamos a produzir, como os ovos de colher. Sabemos que não dá para competir com os mercados porque quando eles fazem promoção, nossos preços acabam saindo mais alto, aí entramos com a qualidade”, declara.

Profissão

Para Vivian Farah, o gosto pela cozinha tornou-se profissão. Formada em gastronomia há sete anos, trabalhou em diversos restaurantes no Brasil e na França, até que decidiu empreender. Atualmente, faz doces e bolos de festa por encomenda e aproveita a páscoa para variar a produção.

Ela diz que muitos clientes reclamam da qualidade dos ovos industrializados ter caído, por isso oferece novidades que agradam todos os gostos e bolsos.

“Para as crianças têm kits onde elas montam o próprio ovo. Quem opta por eles, leva além dos ovos, duas bisnagas com dois tipos de recheio mais 150g de confeito para a criança decorar como quiser”, explica Vivian. O kit sai por R$50.

Além de estimular a criatividade dos pequenos, ela diz que é uma boa maneira de entretê-los durante o almoço de Páscoa.

Para os adultos, Vivian aposta em ovos recheados com brigadeiro de caipirinha ou de colher com vinho tinto e uvas em calda. Os valores vão de R$40 a R$55.

Crise

Tanto Bruna quanto Vivian disseram que devido a fase econômica difícil do País, os pedidos até agora caíram em relação ao ano passado. “Mas como sempre os brasileiros deixam tudo pra última hora, acredito que na semana que antecede o feriado, as encomendas vão aumentar”, diz Bruna.

Mesmo assim, elas dizem que vale a pena investir na data. Ano passado, Vivian vendeu 220 ovos e este ano quer dobrar as encomendas. Já Bruna conta que o dinheiro da venda dos chocolates chegou a quitar três aluguéis do imóvel onde mora.

Vivian aposta em ovos recheados com brigadeiro de caipirinha ou de colher com vinho tinto (Foto: Vivian Farah /Arquivo Pessoal)

Supermercados estão mais cautelosos este ano

A Reportagem visitou alguns mercados para verificar como estão as vendas este ano. André Luiz é gerente há sete anos de uma das quatro lojas do Supermercado Bolshoi e contou que pelo segundo ano consecutivo a rede não vai investir na Páscoa.

“Não vale a pena. Os preços estão muito altos e os produtos acabam encalhados nas prateleiras. Nem todas as empresas fazem a troca da mercadoria que sobra aí o prejuízo é nosso”, relata.

Ele diz que desde 2015 não há procura pelos clientes. Para não passar em branco, eles apostaram na compra das famosas lembrancinhas e o lançamento da Nestlé, que oferece uma caixa de bombons com duas barras de chocolate.

O supermercado Varandas, com três lojas em Santos, optou por fazer um pedido menor este ano. “As empresas aumentaram 10% o valor em relação ao ano passado e não fazem troca de mercadoria. Assim fica difícil negociar, então o jeito é ter cautela”, justifica o subgerente Flávio Menezes.

Já o supermercado Extra, em Santos, está lotado de ovos e o consumidor encontra preços que variam de R$49,90 a R$ 89,90, dependendo do brinde oferecido.

A promotora de vendas Nathalia Leite conta que as vendas já estão aumentando, assim como a procura e diz que os clientes reclamam dos preços, mas sempre acabam levando. “Os que mais saem são os infantis e as ofertas do dia”, explica.

A consumidora Gizélia Santos diz que está levando para os netos. “É puxado, eles só querem de marca! Já pesquisei em outros lugares, mas a diferença não compensa. Vou levar o que eles pediram, mas tá caro”, reafirmando o argumento da promotora.

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