Cotidiano

ONU diz que 250 mil pessoas fugiram de milícias na Líbia

O aumento da violência é o pior na Líbia desde que os rebeldes, apoiados por aviões de guerra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), depuseram e mataram Kadafi

Publicado em 04/09/2014 às 15:35

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Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nessa quinta-feira informa que os quatro meses de conflitos de milícias nas duas maiores cidades da Líbia, Trípoli e Benghazi, forçou 250 mil pessoas a fugirem, dentre elas 100 mil estão desalojadas internamente.

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O documento da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL) e do Comitê de Direitos Humanos da ONU estima que 150 mil pessoas, incluindo trabalhadores imigrantes, fugiram do país. O relatório diz que um "clima de medo" deixou os cidadãos relutantes em falar sobre abusos cometidos pelas milícias.

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Os últimos quatro meses têm registrado batalhas generalizadas entre milícias islâmicas na cidade de Benghazi - berço da revolta que destituiu Muamar Kadafi em 2011 - e poderosas milícias regionais lutam pelo controle do aeroporto internacional em Trípoli. Milícias islâmicas tomaram praticamente toda a capital.

O aumento da violência é o pior na Líbia desde que os rebeldes, apoiados por aviões de guerra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), depuseram e mataram Kadafi. O conflito tem como origem a confiança dos governos transitórios seguintes que se apoiam numa rede de milícias, muitas das quais formadas por ex-rebeldes, para restaurar a ordem na Líbia após a destruição das forças regulares da polícia e do Exército durante a revolta.

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O governo e o Parlamento eleitos estão reunidos na cidade de Tobruk, no leste do país, enquanto grupos paralelos formados pelas principais facções islâmicas - derrotadas nas eleições de junho - se reúnem na capital, fragmentando ainda mais o país rico em petróleo. O governo diz que não controla mais os prédios dos ministérios.

De acordo com o relatório da ONU, milícias armadas têm sequestrado membros de grupos rivais e civis, e realizado torturas e assassinatos. Eles usam uma "variedade de armas em áreas povoadas", indo de pequenas armas a ataques aéreos, diz o documento. A ONU também disse que a péssima condição dos armamentos e a falta de treinamento e de respeito às vidas dos civis tornaram as zonas de guerra ainda mais perigosas.

O conflito também interrompeu a vida cotidiana nas duas cidades que sofrem com longos cortes de energia e de água, falta de combustível e de outros bens básicos.

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As pessoas desalojadas incluem milhares de membros da comunidade libanesa Tawergha, cujos integrantes têm pele escura e que foi acusada de se unir às forças de Kadafi quando a cidade costeira de Misrata foi sitiada, numa das batalhas mais sangrentas da revolta. As milícia islâmica em Misurata - uma das mais poderosas do país - expulsou os Tawergha de sua cidade, que fica próxima a Misurata, no fim da guerra.

O relatório da ONU diz que a comunidade Tawergha foi desalojada novamente no último mês, quando milicianos atacaram os campos que serviam de abrigo para seus membros em Trípoli, sequestrando diversas pessoas. 

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