Obra em terreno onde funcionava um posto de combustível na Avenida Puglisi, em Guarujá / Nair Bueno/DL
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Moradores, comerciantes e profissionais liberais do Centro de Guarujá estão intranquilos desde que foi iniciada uma obra particular no terreno de um antigo posto de combustível, entre o McDonald's e o Subway, na Avenida Puglisi, na Vila Maia.
Isso porque, segundo informações, ao preparar as fundações de um possível novo imóvel a ser construído, um dos tanques que se encontra no subsolo do terreno teria sido perfurado por uma retroescavadeira que estava em operação, permitindo a saída do resto de gasolina que estaria ainda no compartimento de armazenamento.
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O advogado Fernando Tadeu Gracia está acionando o Ministério Público (MP) após constatar que autoridades - Prefeitura de Guarujá (Guarda Municipal e Defesa Civil), Corpo de Bombeiros e Polícia Militar - estiveram no local, tomaram algumas providências, mas até o momento a obra continua em andamento, sem placa com nome da empresa, engenheiro responsável e número de aprovação da Prefeitura e dos órgãos ambientais.
"O cheiro de gasolina está atingindo uma imensa área comercial e habitacional. Não dá para suportar. Arde os olhos. Até dentro do banco o cheiro incomoda. Sem contar que temos restaurantes e lanchonetes nas imediações. Tem gente passando mal. Será que o gás não está contaminando os alimentos, pois a cozinha do McDonald's fica colado ao terreno?", indaga.
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A Delegacia Sede fica próxima do local. O posto de combustível existe há pelo menos 50 anos e não se sabe se os tanques receberam qualquer tipo de manutenção preventiva durante o período que ficou inativo. "Há vários tambores sob o solo. Estão mexendo nesse terreno e parece que não comunicaram ninguém. Um dos tanques foi perfurado e está saindo combustível que pode até explodir o quarteirão", desabafa o advogado.
Não há vigilância à noite para garantir a segurança das pessoas que circulam nos arredores. "Alguém joga um cigarro e vai tudo pelos ares. O McDonald's fica colado ao terreno. Os carros que lá estacionam passam por cima dos tanques. O Bombeiro esteve na região, mas não houve qualquer iniciativa para isolar a área", informa Fernando Gracia, que acredita que o lençol freático pode ter sido atingido.
Prefeitura
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Questionada pela Reportagem se a obra foi aprovada pelas secretarias de Obras e de Meio Ambiente; se a Defesa Civil e a Guarda Municipal foram averiguar os trabalhos; se o responsável foi intimado e o que foi realizado em termos de segurança à população do entorno, a Prefeitura de Guarujá resolveu informar que a obra é fruto de uma ação judicial, em conjunto com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), contra o antigo proprietário do posto de combustível, com a obrigação de fazer a troca de solo.
Conforme a Administração, por conta de uma contaminação de solo, ocorrida há algum tempo atrás, a Cetesb determinou que fosse feita a troca de solo. Nesse caso, a Prefeitura autorizou apenas esse procedimento. Portanto, a obra executada no local atende a uma exigência da Justiça ao proprietário do estabelecimento. "Não há nenhum incidente recente no local. Está sendo feita apenas a remediação da contaminação do solo, atendendo à Justiça e Cetesb", finaliza nota. O proprietário não foi encontrado pela Reportagem.