Cotidiano
Entre as novidades estão 21 pórticos de pedágio com tecnologia de passagem livre (free flow), cinco novos viadutos e ampliação das pistas expressas e marginais
A intervenção tem como objetivo melhorar o fluxo dos cerca de 350 mil veículos diários que utilizam o trecho / Rovena Rosa/Agência Brasil
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Com a conclusão das obras no trecho entre São Paulo e Arujá, a rodovia Presidente Dutra (BR-116) passa por sua maior transformação desde a inauguração, em 1951. A CCR RioSP, concessionária responsável pela via, investiu R$ 1,4 bilhão na modernização do corredor que conecta a capital paulista ao Aeroporto Internacional de Guarulhos e ao Rio de Janeiro.
Entre as novidades estão 21 pórticos de pedágio com tecnologia de passagem livre (free flow), cinco novos viadutos e ampliação das pistas expressas e marginais. A intervenção tem como objetivo melhorar o fluxo dos cerca de 350 mil veículos diários que utilizam o trecho, especialmente nas ligações com a marginal Tietê, rodovia Fernão Dias e Hélio Smidt, principal acesso ao aeroporto.
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As mudanças são perceptíveis para quem trafega pela região. A nova alça de acesso à rodovia Hélio Smidt impressiona: a estrutura atinge 20,65 metros de altura e forma uma curva suspensa que conecta subida e descida. A via expressa também ganhou uma terceira faixa por sentido, enquanto a velocidade máxima no trecho foi reduzida de 110 km/h para 50 km/h em pontos de maior complexidade.
Segundo Denysson Canesso, gerente executivo de engenharia da CCR RioSP, o principal desafio foi desafogar um trecho historicamente congestionado.
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'Aquela região sempre foi muito complexa, com tráfego que cresce a cada ano. Era necessário dar fluidez a uma área já saturada', explica.
A concessionária estima que o novo traçado possa economizar até uma hora de viagem no trajeto de ida e volta até o aeroporto.
Os 21 pórticos eletrônicos estão posicionados em todas as entradas e saídas entre a via expressa e as marginais, até o pedágio de Arujá. O novo sistema free flow permitirá que os veículos passem sem precisar parar — a cobrança será feita automaticamente, por leitura de placa ou tag.
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Por enquanto, o sistema está instalado, mas a cobrança ainda não começou. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) informou que os valores e a data de início só serão definidos após deliberação da diretoria colegiada. A expectativa é que a tarifa seja dinâmica, com preço mais alto em horários de pico.
Motoristas que utilizarem somente a via expressa pagarão o pedágio físico de R$ 4,50, enquanto quem circular apenas pelas marginais não será tarifado.
Apesar dos avanços, o novo sistema gera discussões judiciais. A Prefeitura de Guarulhos entrou com ação contra a União pedindo a suspensão da cobrança no trecho urbano da cidade, alegando que o pedágio afetaria moradores que precisam circular entre bairros.
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Em outra decisão recente, a 6ª Vara Federal de Guarulhos atendeu a um pedido do Ministério Público Federal e suspendeu a aplicação de multas a motoristas que deixarem de pagar as tarifas até que a situação seja regulamentada.
Mesmo com as controvérsias, representantes do setor de transporte veem avanços. Marinaldo dos Reis, diretor do SETCESP, avalia que as melhorias eram necessárias e trarão impacto positivo para o tráfego de cargas.
“Haverá melhora significativa, especialmente na chegada à marginal Tietê. Quando o Rodoanel Norte estiver concluído, a fluidez deve ser ainda maior”, afirma.
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Além das obras na Grande São Paulo, a CCR RioSP também conduz melhorias em outros dois trechos da Dutra: entre Jacareí e São José dos Campos, com ampliação de faixas até 2025, e na Serra das Araras (RJ), onde estão sendo construídas novas pistas de subida e descida em um trecho de 8 km.
A expectativa é que as intervenções consolidem a nova fase da BR-116, uma das rodovias mais movimentadas do país — agora com infraestrutura moderna, iluminação em LED e tecnologia de cobrança automatizada que promete mudar o padrão de mobilidade entre São Paulo e o Rio de Janeiro.
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