O cérebro, mesmo durante o repouso, continua ativo e busca organizar experiências intensas, recriando simbolicamente laços e conversas que ficaram interrompidos / Freepik
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Sonhar com uma pessoa que já faleceu é uma experiência que costuma marcar profundamente quem vive o momento. Para muitos, o sonho desperta saudade ou conforto; para outros, pode gerar angústia e estranhamento.
Mas, segundo especialistas em saúde mental, essas imagens noturnas não são coincidência nem sinais sobrenaturais — e sim um reflexo psicológico do cérebro em processo de adaptação à perda.
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Esses sonhos estão diretamente ligados à elaboração do luto, à tentativa da mente de preservar memórias afetivas e resolver questões emocionais pendentes. O cérebro, mesmo durante o repouso, continua ativo e busca organizar experiências intensas, recriando simbolicamente laços e conversas que ficaram interrompidos.
'Sonhar com quem já morreu é uma forma simbólica de o inconsciente processar a ausência. É um mecanismo de cura emocional, não algo sobrenatural', explicam psicólogos especializados em luto.
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Os significados podem variar conforme o contexto e as emoções vividas no sonho, mas os especialistas apontam algumas leituras recorrentes:
Elaboração do luto: o cérebro encontra uma maneira de lidar com a ausência e o impacto emocional da perda.
Resolução de questões pendentes: o sonho pode indicar a necessidade de se despedir, perdoar ou finalizar conversas não concluídas.
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Saudade e vínculo emocional: reflete a tentativa de manter vivo o afeto e a conexão com quem partiu.
Reconexão com qualidades: simboliza a busca por características que a pessoa falecida representava, como proteção, amor ou sabedoria.
Mecanismo de enfrentamento: o inconsciente usa o sonho como um “ensaio” para lidar com mudanças ou desafios futuros.
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Durante o sono, especialmente na fase REM, o cérebro ativa regiões ligadas à memória e à emoção. Quando há uma perda significativa, ele tenta assimilar o novo cenário emocional, acionando lembranças e sentimentos relacionados ao ente querido.
Essas representações oníricas funcionam como uma 'oficina emocional', em que o inconsciente organiza o que foi vivido e permite simbolicamente reviver despedidas, reencontros ou reconciliações.
'O sonho dá à mente uma forma segura de experimentar a ausência. Ele ajuda o cérebro a compreender que a pessoa não está mais presente, mas continua existindo emocionalmente na memória', afirma um terapeuta especializado em luto.
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Analise as emoções: o sentimento predominante — conforto, medo, tristeza ou paz — é a principal pista para entender o que o sonho representa.
Observe a interação: conversar, apenas observar ou discutir com a pessoa no sonho revela diferentes níveis de elaboração emocional.
Considere o momento de vida: o sonho pode estar relacionado a mudanças, recomeços ou desafios atuais.
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Pratique o autoconhecimento: compreender que o sonho é único e reflete seu próprio processo interior é essencial.
Os psicólogos reforçam que sonhar com quem já morreu não é um aviso, mas sim um fenômeno natural e saudável. Aceitar essas experiências pode ser um passo importante no caminho da cura emocional.
Permita-se sentir: emoções intensas fazem parte da adaptação à ausência.
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Converse sobre o sonho: falar com pessoas de confiança ou com um profissional ajuda a dar sentido ao que foi vivido.
Anote as experiências: registrar os sonhos pode revelar padrões e mostrar o progresso no enfrentamento do luto.
Sonhar com alguém que já morreu é o modo como a mente tenta conciliar amor e perda. Longe de ser um presságio, esses sonhos funcionam como um diálogo entre o coração e a memória, permitindo que a pessoa viva momentos de despedida, perdão e reconciliação dentro de si.
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'O sonho é a linguagem do inconsciente. Quando ele nos traz de volta quem amamos, é para nos ajudar a seguir em frente', concluem os especialistas.