Cotidiano
Hábito comum em rodas sociais pode revelar dificuldade de escuta, busca por validação e até sinais de transtornos como ansiedade e TDAH, dizem psicólogos
À primeira vista, pode parecer apenas entusiasmo ou personalidade expansiva, mas especialistas apontam que o comportamento pode esconder muito mais / ImageFX
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No convívio diário, seja entre amigos, familiares ou colegas de trabalho, é comum encontrar pessoas que dominam completamente as conversas. Elas falam sem parar, pulam de um assunto para outro e raramente permitem que os demais se expressem. À primeira vista, pode parecer apenas entusiasmo ou personalidade expansiva, mas especialistas apontam que o comportamento pode esconder muito mais.
De acordo com psicólogos, a tendência de falar sem pausa e interromper os outros pode surgir ainda na infância, quando a habilidade de escuta ativa não foi desenvolvida. 'Essas pessoas aprendem a priorizar a própria fala e têm dificuldade em perceber o impacto disso no ambiente social', explicam especialistas.
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Em outros casos, falar demais pode funcionar como ferramenta social: uma tentativa inconsciente de conquistar atenção, validar a própria importância no grupo ou demonstrar controle.
Esse padrão, segundo profissionais, pode indicar traços narcisistas, não necessariamente um transtorno, mas uma necessidade elevada de reconhecimento e protagonismo.
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Ainda que o comportamento nem sempre seja patológico, há situações em que ele está associado a condições de saúde mental.
Entre elas:
TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) — impulsividade da fala, dificuldade de esperar e tendência a interromper
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Ansiedade social — excesso de fala como mecanismo para evitar o silêncio e o julgamento
Transtorno do espectro autista — dificuldades sociais podem afetar o ritmo e a troca natural da comunicação
Nesses casos, quem fala demais muitas vezes não percebe o quanto ultrapassa limites.
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Um episódio isolado, alguém empolgado ou ansioso em um dia atípico, não deve ser motivo de julgamento. Mas quando o padrão é frequente e causa incômodo, especialistas recomendam:
Ter uma abordagem empática
Escolher um momento apropriado para conversar
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Sugerir apoio psicológico se houver sofrimento ou prejuízo social
Incentivar práticas de escuta ativa
Com acompanhamento adequado, muitas pessoas conseguem reconhecer o comportamento e desenvolver habilidades sociais mais equilibradas.
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No fim das contas, escutar também é um ato de conexão — e tão importante quanto falar. Em um mundo onde atenção vale ouro, saber compartilhar a palavra se torna uma chave essencial para relacionamentos mais saudáveis e harmoniosos.