Especialistas explicam que a forma como cada pessoa se relaciona com a própria história, com o tempo e com o olhar dos outros pode transformar o aniversário em um momento de reflexão intensa / ImageFX
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Para muitos, o aniversário é sinônimo de festa, abraços, bolo e alegria. Para outros, porém, a data passa longe de ser motivo de comemoração. Ansiedade, desconforto, vontade de se esconder ou de tratar o dia como qualquer outro são sentimentos mais comuns do que se imagina — e a psicologia ajuda a entender o porquê.
Especialistas explicam que a forma como cada pessoa se relaciona com a própria história, com o tempo e com o olhar dos outros pode transformar o aniversário em um momento de reflexão intensa, pressão social ou até dor emocional.
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Segundo o psicólogo Wanderson Neves, há diversos fatores que podem fazer com que a data seja desconfortável, e nenhum deles deve ser visto como anormal.
O aniversário costuma marcar o fim de um ciclo, o que desperta perguntas como: 'O que fiz até aqui', 'Estou onde gostaria?' ou 'E agora?'.
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'O aniversário é um momento de reflexão e pode despertar insatisfação, arrependimento ou ansiedade em relação ao futuro', explica Neves.
Para algumas pessoas, esse balanço gera angústia.
A expectativa de organizar festa, reunir amigos e 'ser o centro das atenções' pode ser pesada, especialmente para quem é mais reservado ou introvertido.
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'A cobrança social para celebrar pode aumentar o estresse, principalmente para aqueles que preferem privacidade', acrescenta o psicólogo.
Experiências passadas — festas frustradas, ausências marcantes ou acontecimentos tristes — deixam marcas emocionais. O cérebro associa a data a sensações ruins, e a vontade é de evitar reviver tudo isso.
Há quem não se sinta confortável ao receber carinho, presentes ou homenagens. Acreditar que 'não merece atenção' também pesa.
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O aniversário traz a lembrança de que o tempo está passando. Metas não alcançadas, oportunidades perdidas e cobranças internas podem intensificar a ansiedade.
Não gostar de aniversários não é problema — e não deve ser tratado como tal. O importante, segundo o especialista, é encontrar formas de viver o dia sem pressionar a si mesmo.
Se o incômodo vem das expectativas sociais, converse com amigos e familiares.
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'Diga que prefere algo discreto ou que não quer comemorar. Isso evita situações desconfortáveis', orienta Neves.
A data não precisa, necessariamente, envolver festa. Pode ser um dia de autocuidado, descanso, viagem, caminhada ou qualquer atividade que faça sentido para você.
Não existe uma regra dizendo que aniversários devem ser grandiosos.
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'Focar em pequenas alegrias e diminuir a pressão ajuda a tornar o dia mais leve', diz o psicólogo.
Sentir tristeza, incômodo ou indiferença é legítimo.
'Permita-se sentir sem se julgar. Não existe a forma ‘certa’ de comemorar um aniversário', reforça o especialista.
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Se o desconforto for muito intenso ou repetido ao longo dos anos, pode haver questões mais profundas envolvidas.
'Nesses casos, procurar ajuda profissional pode ser importante para entender as raízes do sentimento', orienta Neves.
A psicologia reforça: não é necessário viver aniversários como manda a tradição. Cada pessoa pode e deve viver a data à sua maneira, seja comemorando, ignorando ou ressignificando.
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