Todo mundo tem aquela praia favorita que guarda um espaço especial no coração / Reprodução/Climate Central
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O avanço do mar e suas consequências é um problema real e que se mostra presente a cada dia, preocupando moradores de todas as faixas litorâneas do planeta.
Por causa disso, a organização Climate Central criou um mapa interativo que ajuda a compreender o impacto de diversos fenômenos naturais, com destaque para a elevação do nível do mar nas próximas décadas em todas as partes do globo.
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O modelo adotado pela Climate Central parte do pressuposto de que os níveis de poluição permanecerão os mesmos praticados nos dias atuais e projeta que caso esse índice aumente, a velocidade com que o mar avançaria sobre o litoral paulista seria ainda maior, alterando a perspectiva dos resultados.
Um levantamento exclusivo feito pelo Diário do Litoral separou uma simulação detalhada da situação do avanço do mar em todas as cidades da baixada.
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Em 2030, o período mais próximo analisado, as primeiras regiões do Litoral de São Paulo a sofrerem com esse avanço são justamente áreas onde há forte presença da água, como mangues e rios.
Para Eduardo Siegle, professor do Instituto Oceanográfico da USP, esse movimento acontece gradualmente.
"A elevação do nível do mar acontece de forma ampla, ou seja, todo o litoral será afetado. Algumas regiões, em função de variações locais no aporte de sedimentos, por exemplo, podem sentir esses efeitos de forma diferente", explica.
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Ele afirma ainda que todas as regiões costeiras baixas serão afetadas pela elevação do nível do mar. "O que varia é a forma de como essas mudanças nos afetarão. Quando o nível do mar sobe, temos o deslocamento dos ambientes em direção ao continente. Assim, se existir espaço, os ambientes serão deslocados em direção ao continente. O problema surge quando temos áreas ocupadas no caminho, com infraestrutura que se quer proteger", destaca.
De acordo com o pesquisador, a melhor forma de proteger os ambientes costeiros da elevação do nível do mar e de eventos extremos, é o ambiente natural. "Quando existem barreiras artificiais em função de construções, existe uma deterioração mais acelerada do ambiente. Adicionalmente, muitas dessas construções foram instaladas em áreas que faziam parte do estoque de areia dos ambientes costeiros, deixando-os mais vulneráveis", detalha.
Outro ponto de destaque é a perda de metros da faixa de areia nos municípios, assim como a ameaça real sobre avenidas, como a Avenida Presidente João Castelo Branco, em Praia Grande.
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Com um salto cronológico, em 2070, a situação se torna pior com o passar do tempo. Dentro de 35 anos, regiões inteiras, como o Rádio Clube, em Santos, o Balneário Maxland, em Praia Grande, e o Oásis, em Itanhaém, devem ficar submersas.
Conforme a simulação feita pela Climate Central, a situação nesse ponto específico da linha do tempo é preocupante. Em 2150, o último ano da análise, o cenário mostra que mais da metade de territórios inteiros serão tomados pelo mar, como é o caso da cidade de São Vicente.
A Climate Central é uma organização totalmente independente e sem fins lucrativos, com sede em Princeton, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Sua equipe é formada por cientistas e jornalistas que desenvolvem pesquisas e produzem conteúdos sobre as mudanças climáticas e seus impactos — como é o caso dos estudos sobre o avanço do mar.
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Graças a esse trabalho, a instituição se tornou uma das principais referências globais em visualizações de risco climático futuro.
Em todo o mundo, seus materiais são utilizados por prefeituras, planejadores urbanos e ambientalistas como base para antecipar cenários e propor políticas de adaptação.
Todo mundo tem aquela praia favorita que guarda um espaço especial no coração. No entanto, as notícias não são das melhores.
Uma versão atualizada do Mapa de Risco de Erosão Costeira Crônica e Inundação Costeira na Orla Oceânica do Estado de São Paulo foi divulgada pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA).
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Em resumo, o levantamento apresenta o nome da praia, o município e o grau de risco relacionado ao avanço do mar — problema conhecido como erosão costeira.
Com o avanço do mar, a população perde espaço na faixa de areia e enfrenta impactos na vegetação e em construções próximas. Atualmente, segundo especialistas, 40% da costa brasileira sofre com esse fenômeno.
A erosão costeira é provocada por diversos fatores, incluindo ações humanas — como a retirada de areia rio acima e a construção de barragens —, além de causas naturais, como variações nos índices de chuva e as mudanças climáticas.
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