Cotidiano

O maior mistério da aviação volta à cena 11 anos após o sumiço do MH370

Mais de uma década depois do sumiço do voo MH370, da Malaysia Airlines, as buscas por respostas voltam a ganhar fôlego

Isabella Fernandes

Publicado em 30/12/2025 às 12:43

Atualizado em 30/12/2025 às 12:46

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A partir desta terça-feira (30/12), investigadores retomam as operações no Oceano Índico / Reprodução

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Mais de uma década depois do sumiço do voo MH370, da Malaysia Airlines, as buscas por respostas voltam a ganhar fôlego. A partir desta terça-feira (30/12), investigadores retomam as operações no Oceano Índico, marcando a terceira grande tentativa de localizar os destroços do avião e esclarecer um dos maiores enigmas da história da aviação comercial.

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O Boeing 777 desapareceu em 8 de março de 2014, durante um voo entre Kuala Lumpur e Pequim, com 239 pessoas a bordo. Entre os passageiros estavam 150 chineses, 50 malaios e cidadãos de diversos outros países.

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O desaparecimento em pleno voo

Dados obtidos por meio de satélites indicam que a aeronave provavelmente caiu em uma área remota do Oceano Índico, ao sul da Austrália. Apesar disso, duas operações de busca em larga escala realizadas ao longo dos últimos anos não conseguiram localizar o avião.

A última comunicação do MH370 ocorreu cerca de 40 minutos após a decolagem. O comandante Zaharie Ahmad Shah despediu-se normalmente dos controladores de tráfego aéreo ao entrar no espaço aéreo do Vietnã. Pouco depois, o sistema de comunicação da cabine foi desligado, impossibilitando o rastreamento convencional da aeronave.

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Mudança de rota e perda de contato

Registros de radar militar mostraram que o avião deixou sua rota original, retornou sobre o norte da Malásia e sobrevoou a Ilha de Penang. Em seguida, seguiu em direção ao Mar de Andamão, próximo à ilha indonésia de Sumatra, antes de virar para o sul. A partir desse momento, todo contato foi perdido.

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Destroços encontrados, mas poucas certezas

Desde o desaparecimento, mais de 30 fragmentos suspeitos de destroços de aeronaves foram localizados em praias da África e em ilhas do Oceano Índico. No entanto, apenas três peças foram confirmadas oficialmente como pertencentes ao MH370.

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A principal evidência física é um flaperon — parte móvel da asa — encontrado em julho de 2015 na Ilha da Reunião, próxima a Madagascar, cerca de 16 meses após o sumiço do avião. Esses fragmentos ajudaram investigadores a estudar padrões de deriva marítima, na tentativa de estimar a área do impacto.

Investigação aponta ação deliberada

Um relatório oficial de 495 páginas, divulgado em julho de 2018, concluiu que os controles do Boeing 777 provavelmente foram manipulados de forma intencional para tirá-lo da rota original. Especialistas em aviação consideram plausível que um piloto experiente tenha conduzido essa manobra.

Apesar disso, os investigadores não conseguiram determinar quem foi o responsável. Não foram encontrados motivos concretos para suspeitas diretas sobre o comandante ou o copiloto.

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O documento também apontou falhas nos centros de controle de tráfego aéreo de Kuala Lumpur e da Cidade de Ho Chi Minh, no Vietnã, mas sem conclusões definitivas sobre o impacto desses erros no desfecho do voo.

Teorias e especulações

A ausência de respostas concretas alimentou, ao longo dos anos, diversas teorias da conspiração. Entre elas estão hipóteses de falha mecânica, interferência remota, sabotagem e até explicações mais extremas, como sequestro ou abdução alienígena. Nenhuma delas, porém, foi comprovada.

Buscas bilionárias sem sucesso

Logo após o desaparecimento, Malásia, Austrália e China conduziram uma extensa busca submarina em uma área de 120 mil km² no sul do Oceano Índico, baseada em dados de comunicação automática entre o avião e um satélite da Inmarsat. A operação, encerrada em janeiro de 2017, custou cerca de 200 milhões de dólares australianos, sem resultados.

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Em 2018, a empresa americana Ocean Infinity realizou uma nova busca, cobrindo 112 mil km² ao norte da área inicial. O contrato previa pagamento apenas em caso de sucesso, mas novamente nenhum vestígio foi encontrado.

Buscas retomadas e esperança das famílias

Em dezembro de 2024, o governo da Malásia anunciou a retomada das buscas. A Ocean Infinity receberá cerca de 70 milhões de dólares (R$ 375 milhões) caso destroços significativos sejam localizados.

A operação, que havia começado em março e foi interrompida devido ao mau tempo, será retomada em 30 de dezembro em uma área de 15 mil km² do Oceano Índico. O trabalho deve ocorrer ao longo de 55 dias intermitentes.

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Segundo o Ministério dos Transportes da Malásia, a região escolhida é considerada a mais provável para a localização do avião. Embora o ponto exato não tenha sido divulgado, o governo afirma que a iniciativa reforça o compromisso de oferecer respostas às famílias das vítimas, mesmo após 11 anos de incerteza

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