Cotidiano

O hotel que recebeu Michael Jackson, estrelas de Hollywood e realeza; hoje está vazio

Do auge nos anos 1980 ao fechamento em 2021, ele marcou gerações com luxo, celebridades, crimes e até cenas de novela

Nathalia Alves

Publicado em 30/09/2025 às 19:04

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Hotel que hospedou celebridades e foi palco de novelas, hoje está vazio Conheça o fim do Maksoud Plaza6 / Divulgação

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Após quatro décadas como símbolo de luxo e riqueza, o hotel Maksoud Plaza foi, em sua era de ouro, um ponto de encontro da elite paulistana e hospedagem de diversas celebridades e personalidades, entre elas Mick Jagger, David Bowie e Margaret Thatcher.

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Localizado a uma quadra da Avenida Paulista, o prédio tornou-se sinônimo de sofisticação nas décadas de 1980 e 1990, época em que a movimentação de celebridades chamava a atenção da imprensa especializada e dos curiosos. Porém, o fim de um dos maiores empreendimentos da capital paulista aconteceu de forma silenciosa.

Construído na década de 1970, foi o primeiro hotel cinco estrelas da cidade de São Paulo e destacou-se pelo projeto arquitetônico inovador para a época, sendo pioneiro no país ao adotar o conceito de atrium lobby e elevadores panorâmicos, confira no vídeo abaixo:

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O Maksoud Plaza encerrou oficialmente as atividades em dezembro de 2021, após uma grave crise financeira que resultou em dívidas trabalhistas e litígios societários. O fechamento também ganhou repercussão quando os últimos hóspedes foram retirados do local sem aviso prévio, episódio que viralizou nas redes sociais.

Celebridades hospedadas

Referência de luxo na cidade, o Maksoud recebeu grandes artistas da música, políticos e até membros da realeza. Entre os hóspedes ilustres estiveram Michael Jackson, Mick Jagger, David Bowie, Ray Charles, Diana Ross e Axl Rose, vocalista da banda Guns N' Roses.

O hotel também hospedou o diretor Quentin Tarantino, a atriz francesa Catherine Deneuve e o cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Passaram por lá ainda os príncipes Rainier e Albert, de Mônaco, e a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.

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Em 1981, Frank Sinatra realizou uma apresentação histórica no Salão Nobre do hotel. Anos depois, em 2015, ele foi homenageado com a criação do Frank Bar.

Cenário de filmes e novelas

Além de hospedar grandes personalidades, o Maksoud Plaza serviu de cenário para produções audiovisuais. Um dos momentos mais marcantes foi a cena da morte da vilã Ângela (interpretada por Claudia Raia) na novela A Torre de Babel (Globo, 1999), em que a personagem se atira no átrio do hotel após ser cercada pela polícia.

Outras produções também gravaram no local, como Ti Ti Ti, O Negócio, Verdades Secretas e a minissérie Boca do Lixo.

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Inaugurado nos anos 1970, o Maksoud Plaza se consolidou como um dos hotéis mais luxuosos de São Paulo - Divulgação
Inaugurado nos anos 1970, o Maksoud Plaza se consolidou como um dos hotéis mais luxuosos de São Paulo - Divulgação
Entre festas, gravações de novelas e episódios polêmicos, o hotel marcou gerações antes de fechar em 2021 - Divulgação
Entre festas, gravações de novelas e episódios polêmicos, o hotel marcou gerações antes de fechar em 2021 - Divulgação
Nas décadas de 1980 e 1990, o hotel recebeu artistas como David Bowie, Frank Sinatra e Michael Jackson. Na imagem, Frank Sinatra e Michael Jackson
Nas décadas de 1980 e 1990, o hotel recebeu artistas como David Bowie, Frank Sinatra e Michael Jackson. Na imagem, Frank Sinatra e Michael Jackson
O átrio e os elevadores panorâmicos fizeram do Maksoud Plaza um marco da arquitetura hoteleira paulistana - Divulgação
O átrio e os elevadores panorâmicos fizeram do Maksoud Plaza um marco da arquitetura hoteleira paulistana - Divulgação
O hotel foi palco de cenas marcantes de novelas como A Torre de Babel e Verdades Secretas. A Atriz Claudia Raia deu vida a vilã Angélica em A Torre de Babel - Acervo/Globo
O hotel foi palco de cenas marcantes de novelas como A Torre de Babel e Verdades Secretas. A Atriz Claudia Raia deu vida a vilã Angélica em A Torre de Babel - Acervo/Globo
Após crise financeira e disputa judicial, o Maksoud encerrou as atividades em dezembro de 2021 - Divulgação
Após crise financeira e disputa judicial, o Maksoud encerrou as atividades em dezembro de 2021 - Divulgação
O prédio permanece como símbolo de uma época de glamour e sofisticação na capital paulista - Divulgação
O prédio permanece como símbolo de uma época de glamour e sofisticação na capital paulista - Divulgação

Crimes e episódios marcantes

O hotel também foi palco de episódios trágicos e curiosos, como o caso de um casal de jovens encontrado morto em um quarto após supostamente realizar um “pacto da morte”.

Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu em seu último dia de funcionamento, em dezembro de 2021, quando os hóspedes Marina Gryczynki e Eduardo Gomes relataram nas redes sociais que, ao retornarem de um passeio, encontraram suas malas prontas e foram informados de que precisavam deixar o hotel imediatamente devido ao encerramento das atividades. Sem aviso prévio, tiveram de procurar outro local às pressas, episódio que gerou indignação.

O início do fim

O imóvel foi arrematado em leilão da Justiça do Trabalho em 2011 para quitação de dívidas trabalhistas. Após negociações, o prédio foi entregue aos arrematantes em dezembro de 2021, marcando o fim definitivo do hotel, que deixou cerca de 170 funcionários desempregados.

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Na fase final, o Maksoud Plaza foi administrado por Henry Maksoud Neto, neto do fundador da marca, falecido em 2014. Henry Neto travou uma disputa judicial com o pai, Cláudio Maksoud, e o tio, Roberto Maksoud, pela herança.

A dívida da rede, renegociada durante a reestruturação, chegou a R$ 300 milhões, incluindo débitos fiscais e judiciais. No processo de recuperação, os valores submetidos ao plano foram reduzidos de R$ 110 milhões para R$ 60 milhões.

O fechamento definitivo ocorreu após um acordo entre Henry Neto e os irmãos Jussara e Fernando Simões, controladores do grupo JSL, de logística e transportes.

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