04 de Outubro de 2024 • 06:22
O número de campanhas de recall para trocar ou reparar produtos com defeito foi recorde no Brasil em 2014. De acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, foram feitas no ano passado 120 campanhas Em 2013, houve 109 campanhas e, em 2012, 67. Os veículos lideram a lista, com 65% do total das campanhas de recall no ano passado.
Após os veículos automotores, com 78 campanhas, estão as motocicletas, com 11 campanhas; produtos de saúde, que incluem medicamentos e cosméticos, com 9 campanhas; móveis, com 3; e produtos infantis, também com 3. A lista tem ainda eletroeletrônicos, utensílios domésticos, artigos de informática e de esporte e lazer.
A secretária nacional do consumidor, Juliana Pereira da Silva, diz que o aumento dos chamados motivados por defeitos em produtos tem explicações diversas. “Com a criação da secretaria, tivemos como monitorar de forma mais permanente o que acontece na área de segurança de produtos. Acho também que a cultura da transparência, no caso de defeitos e recalls, começa a crescer no país. A campanha de recall é uma obrigação legal”, disse.
Apesar das campanhas lançadas pelas empresas, muitos consumidores não atendem ao chamado. Entre os motivos apontados pela secretária estão o baixo preço do produto adquirido, período curto de vida útil e a forma como o recall é feito. Em 2013, por exemplo, uma empresa informou os consumidores sobre problemas em uma cadeira infantil e, das 60 unidades afetadas, apenas 2 foram recolhidas.
A secretária Juliana Pereira destaca a importância de atender aos chamados das empresas para garantir a segurança na utilização dos produtos. “É preciso a coparticipação dos consumidores para que esses produtos que estão no mercado e que são inseguros possam ser retirados e subtituídos, reduzindo riscos para a sociedade”, disse.
Os números brasileiros ainda são pequenos quando comparados aos de outros países. Nos Estados Unidos foram 1.580 recalls em 2014, sendo que a lista também é liderada pelos veículos automotores. Nos países da União Europeia, foram 2.755 os chamados para reparo ou troca de produtos.
A partir de agora, a Secretaria Nacional do Consumidor passa a divulgar também o índice de atendimento das campanhas, que retrata o volume e os percentuais de atendimento dos fornecedores aos consumidores afetados por produtos potencialmente nocivos e perigosos. “De um lado, as empresas não podem ser furtar à responsabilidade de acompanhar a efetividade dessa campanha e de outro vamos trabalhar na conscientização dos consumidores.”
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