Cotidiano
Parlamentares criticam novos pedágios e aumento das tarifas no estado
Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário
Publicado em 04/07/2025 às 18:00
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O local da cobrança possui pista simples, é carente de melhorias, tem alto índice de acidentes e pode afetar os mais pobres / Márcio Ribeiro/DL
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Parlamentares da base do governador de São Paulo têm criticado abertamente os novos pedágios que serão implantados nas rodovias paulistas, principalmente aquelas que passaram para a iniciativa privada, e também o aumento das tarifas.
Na Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, que liga a Baixada Santista à BR 116 (altura do município de Miracatu), duas praças de pedágio já estão em fase final de implantação pelo Consórcio Novo Litoral (CNL), nas proximidades de Pedro de Toledo. O local da cobrança possui pista simples, é carente de melhorias, tem alto índice de acidentes e pode afetar os mais pobres.
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Parlamentares têm usado o espaço da Assembleia Legislativa de SP (ALESP) para reclamar e propor medidas que possam amenizar a vida dos moradores da região.
Solange Freitas (União Brasil) protocolou um projeto de lei que prevê isenção a moradores de sete municípios localizados ao longo da rodovia (de Praia Grande até Miracatu) por três anos, que é o tempo estimado para que todas as melhorias previstas sejam realizadas.
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“Os moradores utilizam a Padre Manuel da Nóbrega para ir ao trabalho, estudar, ir para a escola, para a faculdade. A rodovia não é simplesmente para viagem, passeio e turismo. Os moradores utilizam a rodovia para circular na cidade, ir de um bairro a outro”, defendeu a parlamentar.
Ela também criticou a construção dos novos pórticos próximos a Pedro de Toledo: “Não é justo que a cobrança comece a ser feita nesses pórticos lá no Vale da Ribeira, em novembro, justamente no trecho que nem duplicado é.”
A insatisfação também vem do interior do estado, onde os deputados estaduais são procurados para fazer pressão contra os pedágios, fazendo o governo recuar e diminuir pontos de cobrança em alguns locais. A deputada Professora Bebel (PT) presidiu a “Frente Parlamentar Contra os Pedágios a serem instalados nas Rodovias Paulistas”, que foi extinta após o governador recuar e diminuir os pontos de cobrança na região de Piracicaba.
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O vice-prefeito de Ourinhos reclamou que passou por 10 pedágios para chegar à ALESP, fazendo o deputado Vitão do Cachorrão (Republicanos), mesmo partido que Tarcísio, reclamar disso na Assembleia e ainda dizer que os valores pagos não são baratos.
A reclamação feita encontrou aliados nos deputados do PT, PSOL, PCdoB e PSB, o que resultou em um PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que tem como objetivo derrubar o decreto de Tarcísio que concedeu a “Rota Sorocabana” e “Nova Raposo” para a iniciativa privada.
Nessa última, perto da região de Sorocaba, estavam previstos três pórticos de free flow em um trecho de 15 km. Vitão afirma que isso isolaria um bairro da cidade. Dois pontos foram retirados pelo estado, mas o deputado defende a necessidade de aprovar o PDL.
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“Foi retirado de boca, queremos que conste em papel. Senão vem outro governador e pode colocar”, defende.
O pedágio eletrônico é formado por pórticos que registram a passagem do veículo e cobram por quilômetro rodado, e não por tarifa fixa, como as praças tradicionais.
No ano passado, foi concedido um lote que inclui as rodovias SP-055 (Rodovia Padre Manuel da Nóbrega), SP-088 (Mogi-Dutra) e SP-098 (Mogi-Bertioga), também com previsão de free flow.
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Neste ano, o governo do estado já fez dois leilões para concessão de rodovias, denominadas “Rota Sorocabana” e “Nova Raposo”. Também foi anunciado um plano de passar os pórticos de free flow de três para 58 até 2030.
Tarcísio de Freitas tem defendido a necessidade de ampliar as concessões rodoviárias. Em uma de suas visitas à Baixada Santista, o governador negou qualquer possibilidade de voltar atrás quanto à instalação de pedágios na rodovia Padre Manuel da Nóbrega.
“A cobrança só vai acontecer quando o investimento for feito. A gente está tendo o cuidado, por exemplo, de implantar a via marginal em toda a orla para não ter cobrança injusta. É muito investimento para eles [a concessionária], o estado não tem condições de fazer isso. Quando as concessões vêm, no início, o pessoal reclama um pouquinho. Depois que o investimento começa a acontecer, todo mundo vê: ‘foi importante’. São Paulo está acostumado com isso, por isso temos as melhores rodovias”, disse o governador.
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Para completar a insatisfação, na terça-feira (1º), começaram a valer os novos valores de pedágio nas rodovias estaduais. O reajuste médio foi de 5,31%.
