Cotidiano
No Brasil, o medicamento está disponível apenas na rede privada, com preços a partir de R$ 5,1 mil, conforme determinação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos
De acordo com a Anvisa, os estudos clínicos mostraram que o medicamento é mais eficaz nos estágios iniciais da doença / Unsplash
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O donanemabe (Kisunla), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, chegou ao Brasil após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em maio deste ano. O remédio é indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo leve e/ou demência leve associados à doença de Alzheimer, em pacientes adultos que não possuem duas cópias do gene ApoE ε4 (homozigotos).
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Na doença de Alzheimer, há a formação de placas no cérebro a partir do acúmulo da proteína beta-amiloide. O donanemabe atua como um anticorpo monoclonal, ligando-se a esses aglomerados e ajudando a reduzi-los, o que contribui para retardar a progressão da enfermidade.
De acordo com a Anvisa, os estudos clínicos mostraram que o medicamento é mais eficaz nos estágios iniciais da doença. Em um ensaio com 1.736 pacientes diagnosticados com Alzheimer em fases leves, o uso do donanemabe resultou em uma progressão clínica até 35% menor em comparação aos pacientes que não receberam o tratamento.
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No Brasil, o medicamento está disponível apenas na rede privada, com preços a partir de R$ 5,1 mil, conforme determinação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). A Alta Diagnósticos, do grupo Dasa, já anunciou que oferece o tratamento em suas unidades.
Segundo a Anvisa, a aplicação deve seguir o seguinte protocolo:
Primeiras 3 doses: 700 mg a cada 4 semanas.
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Demais doses: 1.400 mg a cada 4 semanas, até a completa depuração da placa amiloide cerebral ou por até 18 meses, nos casos em que não seja possível acompanhar o processo por métodos validados.
Cada frasco de 20 mL contém 350 mg de donanemabe, com concentração de 17,5 mg/mL. O medicamento é administrado por infusão intravenosa.
O donanemabe pode causar reações adversas durante a aplicação, como:
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Febre e sintomas semelhantes aos da gripe
Dor de cabeça
Anormalidades associadas à proteína amiloide
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Apesar de representar um avanço significativo no tratamento da doença, médicos alertam que o medicamento não é uma cura, mas sim uma opção que pode proporcionar mais tempo de autonomia e qualidade de vida aos pacientes em estágio inicial.