Cotidiano
Batizada de "olo", a tonalidade foi apresentada em um estudo publicado na revista Science Advances e é descrita como um azul-esverdeado jamais visto
Durante os testes, cinco voluntários conseguiram visualizar o "olo", descrevendo-o como um tom próximo ao turquesa, semelhante à cor 333U da tabela Pantone / Pixabay/pexels
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Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, afirmam ter feito uma descoberta surpreendente: uma nova cor, até então invisível ao olho humano. Batizada de “olo”, a tonalidade foi apresentada em um estudo publicado na revista Science Advances e é descrita como um azul-esverdeado jamais visto, perceptível apenas por meio de uma tecnologia avançada que estimula a retina com extrema precisão.
A inovação foi alcançada por meio de um sistema a laser capaz de ativar diretamente cones específicos da retina, induzindo o cérebro a perceber uma cor que não existe fisicamente no mundo. Durante os testes, cinco voluntários conseguiram visualizar o “olo”, descrevendo-o como um tom próximo ao turquesa, semelhante à cor 333U da tabela Pantone.
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O procedimento, ainda em fase experimental, utiliza uma técnica apelidada de Oz, que "hackeia" o sistema visual ao combinar estímulos que não ocorrem naturalmente. “O mais interessante não é a cor em si, mas o fato de podermos criá-la dentro da mente humana”, afirmou o professor Ren Ng, um dos autores da pesquisa.
Segundo ele, a descoberta pode abrir caminhos para novas terapias visuais e beneficiar pessoas com daltonismo, possibilitando a experiência de cores até então inacessíveis.
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No entanto, a revelação não veio sem ceticismo. Alguns especialistas questionam se é possível considerar o “olo” uma nova cor, já que ela só pode ser vista em condições altamente controladas e com o auxílio de equipamentos específicos. Para os críticos, a experiência pode não passar de uma ilusão cerebral induzida por estímulos artificiais.
Apesar das ressalvas, os pesquisadores permanecem confiantes. James Fong, coautor do estudo, afirma que a equipe busca alcançar um controle programável sobre os fotorreceptores da retina. “Estamos apenas no começo, mas mostramos que é possível criar experiências visuais completamente novas”, disse.
Por enquanto, a cor olo está restrita aos laboratórios e à tecnologia de ponta. Mas, segundo os cientistas, o avanço representa um primeiro passo rumo a uma nova fronteira da percepção visual, uma em que as cores não apenas existem no mundo ao redor, mas também podem ser criadas diretamente na mente.
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