24 de Abril de 2024 • 07:49
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira (19) que, se o Congresso não for capaz de evitar os cortes automáticos de gastos previstos para entrar em vigor em 1º de março, a solução seria aprovar um pacote temporário para que os parlamentares possam ganhar tempo. Obama discursou na Casa Branca, tendo às suas costas norte-americanos que representam as primeiras pessoas que perderiam seus empregos se o Congresso não alcançar uma solução.
Obama se manteve firme em sua visão de que a melhor forma de substituir os cortes automáticos seria uma "abordagem equilibrada" que combinasse aumentos de impostos com reduções de gastos. "O Congresso não se juntou para fazer o seu trabalho e a consequência disso são os cortes", afirmou.
O presidente norte-americano disse que os cortes são injustos e que vão prejudicar a economia do país. Ele frisou os impactos que serão sofridos pela classe média e por setores ligados à defesa. Segundo ele, com menor orçamento, o FBI perderia agentes e os promotores teriam que abandonar diversos casos e deixar criminosos soltos. "Mudanças como essas afetam nossa capacidade de responder a ameaças", disse. Ele acrescentou que grande parte do fardo cairia sobre a classe média e que ele definitivamente não assinará um acordo que os prejudique.
Obama não poupou críticas aos republicanos, afirmando que o que eles propõem não exige nada dos mais ricos e que eles preferem aceitar os cortes que irão prejudicar a economia do que discutir uma reforma que aumente a carga tributária dos norte-americanos com maior renda. "Parece que a cada três meses há uma crise fabricada por aqui", afirmou. O presidente ressaltou que é possível cortar gastos para diminuir o déficit, mas que essa não é a forma de proceder. Segundo Obama, a prioridade continua sendo a criação de empregos.
Se o Congresso não agir, US$ 1,2 trilhão em cortes ocorrerão na próxima década e US$ 85 bilhões serão eliminados do orçamento do governo norte-americano nos próximos sete meses. Congressistas republicanos rejeitaram o mais recente plano dos senadores democratas para trocar os cortes automáticos por um pacote de redução de subsídios agrícolas, impostos mais altos para milionários, fim de isenções tributárias para empresas e cortes mais graduais nos gastos militares.
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