Divulgação/Netflix
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Netflix e Spotify anunciaram uma parceria inédita que promete sacudir o mercado de podcasts em vídeo. A partir de 2026, ao menos 16 programas vão deixar o YouTube e migrar com exclusividade para o streaming.
A lista inclui produções populares como "The Bill Simmons Podcast", "Conspiracy Theories", "Serial Killers" e vários títulos da rede The Ringer, conhecida por cobrir esportes como NFL, NBA e Fórmula 1.
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O movimento reforça a guerra silenciosa (ou nem tanto) que Netflix e YouTube travam pela atenção do público nas telas de TV. Em maio, o YouTube respondeu por 12,5% de todo o tempo assistido em televisores nos EUA, contra 7,5% da plataforma. A diferença representa milhões de horas de consumo, e a Netflix quer reverter esse placar.
Os podcasts em vídeo, que cresceram vertiginosamente nos últimos anos, são vistos como o próximo campo de batalha. Segundo a Cumulus Media, 72% dos ouvintes de podcasts preferem assistir à versão com vídeo, um dado que explica por que plataformas de streaming estão investindo pesado no formato.
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Com o novo acordo, os programas deixarão de ser publicados integralmente no YouTube. Só trechos curtos, os cortes de dois minutos que dominam o TikTok e o Instagram, continuarão disponíveis por lá.
A Netflix garante que os conteúdos continuarão sem intervalos comerciais, mesmo para assinantes do plano com anúncios. No entanto, os anúncios já embutidos pelo Spotify, como os tradicionais “de colchão Casper”, continuarão nos episódios.
Entre os títulos que passam a compor o catálogo da Netflix estão:
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O podcast "Good Hang With Amy Poehler", sucesso do Spotify, ficou de fora — por enquanto. Ambas as empresas indicam que mais títulos devem ser adicionados futuramente.
Spotify amplia o alcance do conteúdo que já possui e ganha nova vitrine sem custos de produção adicionais. Netflix, por sua vez, adiciona uma biblioteca pronta, com público fiel, sem precisar desenvolver séries do zero.
O YouTube, claro, sai perdendo. A plataforma deixará de concentrar milhões de visualizações mensais desses programas, que acumulam centenas de milhares de views por episódio.
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Mas há um risco para os criadores: o YouTube ainda é imbatível em descoberta orgânica. Diferentemente do catálogo fechado da Netflix, o algoritmo do YouTube empurra conteúdos para bilhões de pessoas, mesmo que elas nunca tenham procurado por aquele tema.
A estratégia da Netflix é clara: usar o conteúdo em vídeo antes restrito ao YouTube para capturar a audiência que hoje divide o tempo entre séries e podcasts.
Como antecipou o cofundador Ted Sarandos em março, o YouTube funciona como “uma liga de acesso” para criadores que depois migram para o streaming pago. A mensagem é direta: YouTube é vitrine; Netflix é o palco principal.
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A aposta é alta. O Spotify gastou bilhões para comprar redes de podcasts como The Ringer e agora tenta monetizar esse investimento com a força da Netflix. Ambos miram o mesmo objetivo: roubar horas de consumo da plataforma gratuita mais poderosa do mundo.