Descoberta pode mudar o entendimento sobre dinossauros europeus / Reprodução/Youtube
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Um achado recente no interior da Espanha está chamando atenção de especialistas do mundo todo. Ovos de dinossauro com cerca de 72 milhões de anos foram identificados em um sítio arqueológico e já figuram entre os mais relevantes da Europa.
Localizados na província de Guadalajara, os fósseis pertencem a titanossauros e levantam hipóteses inéditas sobre a diversidade desses animais pouco antes da extinção do Cretáceo.
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A descoberta vai além da curiosidade científica. O estado de preservação dos ovos oferece pistas raras sobre reprodução, convivência entre espécies e o ambiente da Península Ibérica no passado remoto.
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O material foi encontrado no sítio de Poyos, em Guadalajara, durante um projeto financiado pelo Governo de Castilla-La Mancha. A escavação revelou quatro ovos fossilizados com coloração avermelhada e conservação considerada excepcional.
De acordo com os paleontólogos Francisco Ortega e Fernando Sanguino, o trabalho exigiu meses de análise minuciosa. Cada fragmento retirado do solo ajudou a reconstruir um cenário pouco conhecido da pré-história europeia.
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Após os estudos iniciais, os ovos passaram a integrar a exposição permanente do Museu Paleontológico de Castilla-La Mancha, em Cuenca. Desde então, o achado desperta interesse crescente de pesquisadores e visitantes.
Os ovos pertencem aos titanossauros, dinossauros herbívoros de grande porte que dominaram a Terra no final do período Cretáceo. Esses animais podiam ultrapassar 15 metros de comprimento e pesar dezenas de toneladas.
O detalhe mais intrigante é que os ovos foram localizados na mesma camada de sedimento, mas apresentam diferenças morfológicas claras. Isso indica a possível presença de mais de uma espécie na mesma área.
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Esse tipo de coexistência é considerado raro, já que ninhadas costumam pertencer a um único grupo. Caso a hipótese se confirme, Poyos pode se tornar referência no estudo dos saurópodes europeus.
Durante a apresentação oficial no museu, a vice-ministra da Cultura e do Desporto, Carmen Teresa Olmedo, destacou o peso científico do achado. “Estamos diante de uma descoberta de nível mundial”, afirmou.
A pesquisa foi coordenada pelo Grupo de Biologia Evolutiva da UNED, que utilizou microscopia e análises mineralógicas para estudar as cascas. Os testes confirmaram uma preservação quase intacta do material.
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O estudo também identificou dois tipos distintos de ovos, incluindo o novo ootaxônio Litosoolithus poyosi, que conviveu com Fusioolithus baghensis, algo extremamente incomum.
O contexto geológico e a grande quantidade de fragmentos oferecem dados valiosos sobre a reprodução dos titanossauros. Essas informações ajudam a compreender como esses animais se organizavam no território.
Por muito tempo, acreditou-se que os titanossauros eram raros na Europa. Descobertas recentes, porém, apontam para uma presença mais ampla do que se imaginava.
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Agora, os ovos encontrados em Poyos podem auxiliar na comparação com outros sítios do continente, revelando rotas migratórias e padrões de nidificação antes da extinção.