Cotidiano

Nem os arqueólogos acreditaram: ovos de dinossauro com 72 milhões de anos foram encontrados

Fósseis com 72 milhões de anos revelam cenário inesperado no interior espanhol

Igor de Paiva

Publicado em 28/12/2025 às 22:20

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Descoberta pode mudar o entendimento sobre dinossauros europeus / Reprodução/Youtube

Continua depois da publicidade

Um achado recente no interior da Espanha está chamando atenção de especialistas do mundo todo. Ovos de dinossauro com cerca de 72 milhões de anos foram identificados em um sítio arqueológico e já figuram entre os mais relevantes da Europa.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Localizados na província de Guadalajara, os fósseis pertencem a titanossauros e levantam hipóteses inéditas sobre a diversidade desses animais pouco antes da extinção do Cretáceo.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Cientistas fazem descoberta inédita do maior registro de pegadas de dinossauros

• País vizinho ao Brasil abriga a maior concentração de pegadas de dinossauros do planeta

• Espécie de peixe que viu os dinossauros sumirem é descoberta na América Latina

A descoberta vai além da curiosidade científica. O estado de preservação dos ovos oferece pistas raras sobre reprodução, convivência entre espécies e o ambiente da Península Ibérica no passado remoto.

Aproveite e veja também: País vizinho ao Brasil abriga a maior concentração de pegadas de dinossauros do planeta.

Continua depois da publicidade

Quando o solo revela o inesperado

O material foi encontrado no sítio de Poyos, em Guadalajara, durante um projeto financiado pelo Governo de Castilla-La Mancha. A escavação revelou quatro ovos fossilizados com coloração avermelhada e conservação considerada excepcional.

De acordo com os paleontólogos Francisco Ortega e Fernando Sanguino, o trabalho exigiu meses de análise minuciosa. Cada fragmento retirado do solo ajudou a reconstruir um cenário pouco conhecido da pré-história europeia.

Continua depois da publicidade

Após os estudos iniciais, os ovos passaram a integrar a exposição permanente do Museu Paleontológico de Castilla-La Mancha, em Cuenca. Desde então, o achado desperta interesse crescente de pesquisadores e visitantes.

Gigantes que deixaram pistas

Os ovos pertencem aos titanossauros, dinossauros herbívoros de grande porte que dominaram a Terra no final do período Cretáceo. Esses animais podiam ultrapassar 15 metros de comprimento e pesar dezenas de toneladas.

O detalhe mais intrigante é que os ovos foram localizados na mesma camada de sedimento, mas apresentam diferenças morfológicas claras. Isso indica a possível presença de mais de uma espécie na mesma área.

Continua depois da publicidade

Esse tipo de coexistência é considerado raro, já que ninhadas costumam pertencer a um único grupo. Caso a hipótese se confirme, Poyos pode se tornar referência no estudo dos saurópodes europeus.

Por que os especialistas estão atentos

Durante a apresentação oficial no museu, a vice-ministra da Cultura e do Desporto, Carmen Teresa Olmedo, destacou o peso científico do achado. “Estamos diante de uma descoberta de nível mundial”, afirmou.

A pesquisa foi coordenada pelo Grupo de Biologia Evolutiva da UNED, que utilizou microscopia e análises mineralógicas para estudar as cascas. Os testes confirmaram uma preservação quase intacta do material.

Continua depois da publicidade

O estudo também identificou dois tipos distintos de ovos, incluindo o novo ootaxônio Litosoolithus poyosi, que conviveu com Fusioolithus baghensis, algo extremamente incomum.

Pistas para entender um mundo perdido

O contexto geológico e a grande quantidade de fragmentos oferecem dados valiosos sobre a reprodução dos titanossauros. Essas informações ajudam a compreender como esses animais se organizavam no território.

Por muito tempo, acreditou-se que os titanossauros eram raros na Europa. Descobertas recentes, porém, apontam para uma presença mais ampla do que se imaginava.

Continua depois da publicidade

Agora, os ovos encontrados em Poyos podem auxiliar na comparação com outros sítios do continente, revelando rotas migratórias e padrões de nidificação antes da extinção.

TAGS :

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software