Cotidiano
Cidade passava por transformações urbanas e o país vivia a reeleição de Fernando Henrique Cardoso
Isabella Fernandes
Publicado em 12/11/2025 às 08:08
Atualizado em 12/11/2025 às 12:27
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O Diário do Litoral nasceu em um momento de mudança política na cidade / Crédito: Cintia Maria Lima
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Em uma quinta-feira, 12 de novembro de 1998, o Diário do Litoral começava a circular na Baixada Santista. O novo veículo surgia com a proposta de valorizar a região e oferecer informação independente, registrando o cotidiano das cidades do litoral paulista.
Quase três décadas depois, o jornal comemora seus 27 anos de história e convida os leitores a uma viagem no tempo, revisitando o cenário de Santos e do Brasil no ano em que tudo começou.
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O Diário do Litoral nasceu em um momento de mudança política na cidade. O prefeito Beto Mansur estava em seu primeiro mandato, após derrotar o grupo político que administrava Santos havia oito anos.
Sua gestão ficou marcada por políticas de modernização administrativa e parcerias com o setor privado, que buscavam revitalizar áreas estratégicas do município.
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O fim da década de 1990 foi um período de reurbanização. A orla da praia ganhava novos jardins e quiosques, o comércio se expandia no Gonzaga e no Boqueirão, e os morros recebiam obras de contenção e drenagem.
No cenário nacional, o Brasil era governado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que em 1998 havia sido reeleito no primeiro turno, consolidando o Plano Real e a promessa de estabilidade econômica.
Apesar dos avanços, o País enfrentava desafios como o desemprego e a crise cambial que atingiria a economia meses depois. Era um período de transição, em que o Brasil se modernizava, mas ainda lidava com desigualdades e incertezas.
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Nos Estados Unidos, o presidente Bill Clinton admitiu ter mantido relações sexuais com a então estagiária Monica Lewinski.
O ano também ficou marcado pela final da Copa do Mundo de 1998, na França, um dos episódios mais lembrados do futebol brasileiro.
O Brasil chegou à decisão, mas foi derrotado por 3 a 0 pela Seleção Francesa, com dois gols do meia Zinedine Zidane, eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa naquele ano, e um do volante Emmanuel Petit.
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A edição de 1998 contou pela primeira vez com 32 seleções, formato que permaneceria até a Copa de 2022.
No mesmo ano, o Santos Futebol Clube voltou a conquistar um título fora do país. O Peixe levantou a Copa Conmebol, seu sétimo título internacional e o primeiro após a "Era Pelé".
O troféu veio após o empate em 0 a 0 com o Rosário Central, na Argentina, que garantiu o título ao time santista. No jogo de ida, o Peixe venceu por 1 a 0, na Vila Belmiro.
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No mesmo ano, o Santos foi semifinalista do Campeonato Brasileiro.
Dirigido por James Cameron, Titanic arrebatou 11 estatuetas do Oscar, alçando Leonardo DiCaprio e Kate Winslet ao estrelato em Hollywood.
Na televisão brasileira, a novela Torre de Babel, exibida pela TV Globo a partir de maio de 1998, chamava a atenção do público. O elenco reunia grandes nomes, como Tony Ramos, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Adriana Esteves, Edson Celulari, Juca de Oliveira, Natália do Vale, Maitê Proença e Cláudia Raia.
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Contratempo na estrada adiou o nascimento do Diário do Litoral em 1998
Entre as séries, As Meninas Superpoderosas estrearam no mesmo ano, contando a história de três irmãs criadas em laboratório por um professor que lutam contra os vilões de Townsville. Já a animação A Vida de Inseto, da Disney/Pixar, trouxe uma história sobre aventura, coragem e trabalho em equipe, usando um formigueiro como metáfora da sociedade.
O cinema nacional também viveu um grande momento com Central do Brasil, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira. O longa foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, levando o nome do Brasil para o mundo.
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O cenário musical brasileiro vivia uma fase de efervescência, com o axé dominando as rádios e programas de TV. Grupos como É o Tchan, Banda Eva e artistas como Ivete Sangalo e Netinho embalavam o país com ritmos dançantes.
Ao mesmo tempo, o rock nacional estava em alta com Skank, Os Paralamas do Sucesso, Jota Quest e o surgimento do Charlie Brown Jr.. No sertanejo, nomes como Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo & Luciano e Chitãozinho & Xororó mantinham o gênero entre os mais populares, mesmo após a perda precoce de Leandro, em junho daquele ano.
No cenário internacional, o pop adolescente tomava conta do mundo. Spice Girls, Backstreet Boys e NSYNC ditavam tendências, enquanto uma jovem Britney Spears surgia para revolucionar o gênero.
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O ano de 1998 foi marcante para o avanço da tecnologia. A Apple lançou o iMac, computador que chamou atenção pelo design colorido e moderno. No mesmo período, em setembro, nascia o Google, criado por Larry Page e Sergey Brin.
No Brasil, a internet começava a se popularizar, embora ainda fosse um recurso restrito a poucos. O país contava com cerca de 1 milhão de usuários, e empresas estrangeiras de tecnologia e comunicação já demonstravam interesse no mercado local.
Entre as tendências da época, o Tamagotchi se tornou uma verdadeira febre. O brinquedo eletrônico, que simulava um bichinho virtual, chegou ao país em meados de 1997 e conquistou crianças e adolescentes por todo o Brasil no final da década de 1990.
O ano também foi marcado por perdas significativas no mundo da música e do esporte. Morreram Frank Sinatra, Tim Maia, Linda McCartney (primeira esposa de Paul McCartney), Nelson Gonçalves e o cantor sertanejo Leandro.
O cinema perdeu o mestre japonês Akira Kurosawa, e o atletismo se despediu da recordista norte-americana Florence Griffith-Joyner.
A primeira edição do Diário do Litoral trouxe como manchete principal a possibilidade de Santos ganhar um moderno centro de lazer à beira-mar: o Emissário Submarino de Santos.
Entre as demais notícias, estavam o anúncio de que a Ponte Pênsil havia recebido novos cabos de sustentação e a previsão de que os turistas do Guarujá teriam atendimento mais "VIP" durante o verão que se aproximava.
