Cotidiano

Mulher é demitida após pedir afastamento do trabalho para cuidar de bebê reborn

Caso em Quedas do Iguaçu reacende debate sobre saúde mental, vínculos afetivos e os limites legais para concessão de licença no ambiente de trabalho

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 25/05/2025 às 10:00

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Bebês reborn são bonecas hiper-realistas, feitas para se parecerem com recém-nascidos / Divulgação/Bonequinha Reborn

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Um caso inusitado envolvendo um bebê reborn — boneca hiper-realista tratada como um filho — gerou repercussão em Quedas do Iguaçu, no centro-sul do Paraná. Uma mulher foi demitida após solicitar afastamento do trabalho para cuidar da boneca, que ela considera sua filha.

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Segundo informações divulgadas pelo portal CGN, parceiro da Banda B, a funcionária chegou a apresentar um atestado psicológico justificando a necessidade de se ausentar das atividades profissionais. No entanto, a empresa optou por desligá-la do quadro de funcionários.

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A identidade da mulher não foi revelada, mas ela relatou estar emocionalmente abalada com a demissão. Em entrevista, declarou manter um forte vínculo afetivo com o bebê reborn. “Eu só queria cuidar da minha filha”, desabafou.

O episódio causou espanto entre os moradores da cidade e gerou debates nas redes sociais. “Em Quedas a gente já viu de tudo, mas isso foi novidade”, comentou um dos moradores da região.

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O caso levanta discussões sobre saúde mental, vínculos afetivos com objetos simbólicos e os limites entre o emocional e o ambiente de trabalho.

O que diz a lei?

Atualmente, a legislação brasileira não reconhece o direito à licença-maternidade para mães de bebês reborn, uma vez que essa licença é destinada a mães biológicas, adotivas ou que obtiveram guarda judicial de crianças reais. Não há precedentes judiciais que concedam esse benefício com base em vínculos afetivos com bonecas hiper-realistas.

No entanto, há movimentos sociais buscando mudanças nesse cenário. Um abaixo-assinado criado em abril de 2025 solicita a criação de uma lei que garanta licença-maternidade para mães de bebês reborn, argumentando que esses laços afetivos são significativos e merecem reconhecimento legal.  

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Por enquanto, casos como o ocorrido em Quedas do Iguaçu, onde uma mulher foi demitida após solicitar afastamento para cuidar de um bebê reborn, permanecem sem respaldo legal. Especialistas sugerem que, em situações semelhantes, é recomendável buscar apoio psicológico e jurídico para avaliar alternativas, como a possibilidade de afastamento por motivos de saúde mental, desde que devidamente comprovado por laudo médico.


 

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