Cotidiano

MPF entra na briga contra pedágios eletrônicos e promete frear avalanche de multas

Ação civil pública questiona legalidade do sistema sem cancelas na Via Dutra e alerta para superendividamento de motoristas

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 01/10/2025 às 15:15

Atualizado em 01/10/2025 às 16:09

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Cobrança automática não pode ser considerada pedágio, mas sim um serviço alternativo de mobilidade / Divulgação

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O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública para proibir a aplicação de multas por falta de pagamento no sistema de pedágios eletrônicos sem cancelas, conhecido como Free Flow.

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A medida mira a Via Dutra, trecho da BR-116 que liga São Paulo a Guarulhos e Arujá, região de intenso tráfego diário.

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Segundo o MPF, a cobrança automática não pode ser considerada pedágio, mas sim um serviço alternativo de mobilidade, já que não está vinculada à manutenção da rodovia. Por isso, a aplicação de multas a usuários inadimplentes seria ilegal e inconstitucional.

“Há risco elevado de que o sistema gere milhões de multas indevidas, levando motoristas ao superendividamento e até à impossibilidade de dirigir”, destacou o órgão em nota.

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A ação cita dados da BR-101, onde o Free Flow já funciona desde 2023: em apenas 15 meses, foram registradas mais de 1 milhão de multas, somando R$ 268 milhões em penalidades aos motoristas. O MPF pede ainda que a decisão seja estendida a outras rodovias do país.

Entenda como funciona o sistema de pedágio eletrônico, conforme explica o canal TecMundo no Youtube:

No caso da Dutra, os pórticos eletrônicos estão em uma das áreas de maior fluxo pendular do Brasil, com 350 mil veículos circulando diariamente entre as cidades da Grande São Paulo.

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Para o MPF, punir motoristas por um modelo de cobrança que configura relação de consumo, e não infração de trânsito, viola princípios constitucionais como razoabilidade, proporcionalidade e dignidade humana.

A concessionária Motiva, responsável pelo trecho, afirmou que ainda não foi notificada oficialmente e que tomará medidas cabíveis assim que houver comunicação formal.

Já a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reforçou que o Free Flow é uma inovação que amplia fluidez e segurança nas rodovias e que o tema vem sendo debatido em audiências públicas.

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