Cotidiano

MP recebe mais de 600 denúncias de trabalho escravo na Baixada e Grande SP

Levantamento do MP marca Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo; o trabalho análogo à escravidão é caracterizado por jornadas exaustivas e direito de ir e vir cerceado

Da Reportagem

Publicado em 28/01/2020 às 18:22

Atualizado em 28/01/2020 às 18:27

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O Ministério Público do Trabalho recebeu 607 denúncias de trabalho semelhante à escravidão em São Paulo e na Baixada Santista / Divulgação

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou na segunda-feira, que recebeu 607 denúncias de trabalho semelhante à escravidão na região metropolitana de São Paulo e na Baixada Santista nos últimos cinco anos. O levantamento foi feito para marcar o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, lembrado hoje (28).

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Os alertas estão em tendência de alta: em 2019, foram 150 denúncias, contra 103 no ano anterior, o que representa um aumento de 50%.

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O trabalho análogo à escravidão é caracterizado por jornadas exaustivas e direito de ir e vir cerceado. Na Capital, duas áreas concentram a maioria das denúncias: o setor têxtil e o da construção civil.

Casos ocultos

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Para a procuradoria, apesar do aumento nas denúncias, ainda existe uma grande subnotificação dos casos de trabalho escravo. "O número de denúncias ainda é baixo perto dos casos que a gente tem notícia. A nossa dificuldade em investigar é porque às vezes os casos mudam de lugar. É um número muito preocupante", disse ao "G1" Alline Pedrosa Oisihi Delena, procuradora do Trabalho.

Delena acredita que a existência de outros canais para denunciar casos de escravidão moderna poderiam aumentar os números oficiais.

"Se a gente tivesse outros canais de denúncia, que não dependessem só dessas denúncias feitas por vizinhos, por pessoas que observam o caso, a gente teria um número ainda maior", explica a procuradora do Trabalho.

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Último caso

Há pouco mais de um ano, quatro bolivianos foram presos suspeitos de manter mais de 30 conterrâneos em regime semelhante à escravidão em diferentes endereços de Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Os trabalhadores tinham que costurar até 14 horas por dia para pagar o aluguel do alojamento e a comida. Mesmo assim, estavam sempre devendo para os aliciadores.

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Uma denúncia e um boletim de ocorrência levaram os policiais até as confecções clandestinas. Em um dos endereços, a fachada da casa era de uma igreja. Quando os agentes entraram, encontraram quatro bolivianos trabalhando em costura em situação precária. 

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