Estão paralisados quase três mil trabalhadores do mesmo grupo em outras atividades de coleta de lixo / Divulgação
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Primeiro os funcionários do recolhimento. Agora, são também motoristas da empresa de limpeza urbana da Terra Santos Ambiental, do Grupo Terracom, que opera em Santos e outras cinco cidades da Baixada Santista a entrar em greve parcial por tempo indeterminado.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Santos e Região, estão paralisados quase três mil trabalhadores do mesmo grupo em outras atividades de coleta de lixo. Todos recusaram reajuste salarial de 5,5% na data-base de maio.
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Segundo o secretário-geral do Sindicato, Eronaldo Ferrugem, são cerca de 500 os motoristas, mas apenas 30% deles estão paralisados. Portando, os serviços estão sendo conduzidos por 70% do efetivo, incluindo as demais categorias da linha operacional.
Limpeza urbana é um serviço essencial. Portanto, não pode parar totalmente. A decisão dos rodoviários foi aprovada em assembleias nas garagens da empresa ao mesmo. Eles não aceitaram a proposta patronal feita na audiência do TRT na segunda-feira (28).
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A categoria reivindica 7% de reajuste nos salários e benefícios. A paralisação atinge Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá, Praia Grande e Bertioga. Segundo o vice-presidente do Sindicato, Betinho Simões, se não houver a correção de 7%, os vencimentos dos trabalhadores ficarão bem perto do salário mínimo.
“É muita exploração da mão de obra em um serviço perigoso, insalubre e cansativo. Esperamos que a Justiça faça justiça e contemple as reivindicações da categoria”, diz o sindicalista.
Como os funcionários da coleta, a empresa está oferecendo 5,5% a título de reajuste, bem como 7,5% sobre todos os benefícios. A greve parcial desses funcionários está sendo conduzida pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Áreas Verdes de Santos, Bertioga, Cubatão, Guarujá, Praia Grande e São Vicente – Siemaco Baixada Santista.
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Uma audiência já foi realizada envolvendo o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (patronal e representante da Terra Santos Ambiental) na Justiça do Trabalho. Até agora, os sindicatos informaram à Justiça que não têm proposta alternativa para solucionar a questão.
A Justiça chegou a sugerir, considerando que o dissenso reside apenas no índice de reajuste, estando todas as demais cláusulas solucionadas por consenso entre as partes, que a Terracom aplique o que foi acordado com o Siemaco em relação a todas as cláusulas remanescentes.
Quanto ao reajuste salarial e reajuste de benefícios, a Justiça determinou que se observe o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é de 5,32% sobre os salários de abril/2025.
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As partes concordaram, em benefício da paz social, bem como levando em conta o interesse maior dos trabalhadores. O índice será aplicado na próxima folha de pagamento, uma vez que a atual, prevista para este dia 30, já foi fechada.
Segundo a Siemaco Baixada, 2.921 trabalhadores estão parados. A Justiça determinou oito dias para o Sindicato patronal apresentar defesa, lembrando que a coleta de lixo é uma atividade essencial, portanto, as necessidades da comunidade devem ser atendidas e a continuidade do serviços tem que ser preservada, a despeito da garantia constitucional do direito de greve.
A Terra Santos Ambiental não se manifestou sobre a questão dos motoristas mas, conforme respondido em relação aos coletores, segue comprometida com o cumprimento das determinações legais e operam em regime de revezamento entre os trabalhadores, a fim de garantir a continuidade dos serviços essenciais à população.
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Por fim, reafirma o respeito com os profissionais que atuam na Limpeza Pública e esperam que o diálogo prevaleça, tendo em vista que apresentaram uma proposta efetiva de reajuste salarial, compatível com os índices praticados no mercado, demonstrando o compromisso com a manutenção dos empregos e bem-estar de todos os colaboradores.