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"Eu só vou acreditar quando as máquinas estiverem aqui. Só acredito vendo", assim respondeu a dona de casa Rosimeire Silva dos Santos, moradora da Vila dos Pescadores, em Cubatão, há 20 anos. Ela está pouco esperançosa quanto à urbanização do bairro. Na quarta-feira, a Prefeitura anunciou a cessão da União de uma área de 2,8 milhões de metros quadrados para a implantação de um programa habitacional no núcleo.
"Na verdade, estamos cansados de tanta promessa. O que vier é bem vindo, mas não acredito muito que aconteça", complementa a do lar Elaine Sousa, que também mora no bairro há 20 anos.
Além de não acreditar na urbanização do bairro, a comerciante Maria da Glória Assis — que mora na Vila dos Pescadores há 26 anos — não gostaria de morar em um apartamento. "A gente sempre quer melhorar de vida, mas prefiro morar em uma casa e não em um apartamento. Mesmo assim, não acredito que esse projeto vai sair do papel". Já sua companheira de trabalho, Eliscleude Borges, está mais otimista. "Moro aqui há 16 anos e sempre ouvi dizer que o bairro seria urbanizado. Quero acreditar que agora vai", comenta.
A área
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Nesta semana, o Secretaria do Patrimônio da União (SPU-SP) emitiu portaria declarando de interesse público para fins de regularização fundiária uma área de 2,8 milhões de metros quadrados. O terreno será destinado à implantação de programa habitacional, que beneficiará a população carente do local.
Segundo a Prefeitura de Cubatão, este era um dos procedimentos legais necessários para avançar no programa de urbanização do núcleo. Com a realização (em curso) das licitações pelo plano Minha Casa Minha Vida, para obras de infraestrutura e licenciamento ambiental, a previsão é que as obras possam começar já no primeiro trimestre de 2014.
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O projeto
Segundo Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Habitação, o projeto habitacional de urbanização da Vila dos Pescadores beneficiará cerca de três mil famílias residentes no local, já cadastradas no projeto em levantamento efetuado em 2006.
A urbanização terá ações do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, que tem a Caixa Econômica Federal como agente financeiro, e contará com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), também da União.
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Da mesma forma que vem ocorrendo na urbanização da Vila Esperança, o projeto habitacional será feito por etapas. Primeiro, um grupo de famílias será reassentado em um conjunto habitacional, e suas antigas moradias demolidas, abrindo uma clareira para permitir o início das obras de urbanização e construção habitacional. Então, outro grupo de famílias é transferido para essas moradias, abrindo uma segunda clareira para a continuidade das obras. Os moradores residentes em locais em que seja possível a permanência serão mantidos em suas casas.
A urbanização também prevê melhorias, como arruamentos, novos equipamentos públicos de saúde e educação, iluminação pública e saneamento básico.
Serão cinco etapas: a primeira fase, cuja licitação já está em curso, erguerá 758 unidades habitacionais. A segunda etapa prevê a construção de 945 moradias; 633 unidades serão construídas na terceira fase; 365 na quarta e, por fim, 66 na quinta fase.
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